Ao longo de seus mais de 15 meses de operação em Marte, o rover Perseverance, da NASA, tem gravado diversos sons ambientais do planeta. A equipe responsável pelo equipamento selecionou algumas dessas gravações e montou uma “playlist marciana” com cinco horas de duração.

Alguns trechos podem ser ouvidos neste link, que traz uma pequena mas suficiente amostra da trilha sonora local. 

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Sons coletados pelo rover Perseverance durante um ano de missão em Marte foram organizados em uma “playlist” pela NASA. Imagem: Merlin74/Shutterstock

Pode-se notar que Marte é um planeta muito silencioso. Na verdade, os poucos ruídos marcianos naturais, como o vento, são cerca de 20 decibéis mais silenciosos do que os mesmos ruídos na Terra.

“É tão silencioso que, em algum momento, pensamos que o microfone estava quebrado!” disse Baptiste Chide, cientista pós-doutorando do Laboratório Nacional de Los Alamos que está trabalhando com as gravações e apresentou os resultados da pesquisa na 182ª reunião da Sociedade Acústica da América em Denver, capital do estado norte-americano do Colorado, na quarta-feira (25).

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Apesar do material audível limitado para trabalhar, os cientistas estão fazendo diversas descobertas. Eles determinaram, por exemplo, que o vento marciano tem extrema variabilidade, mudando abruptamente de uma brisa suave para rajadas violentas.

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Usando faíscas de laser cronometradas emitidas pelo rover, a equipe estudou a dispersão sonora em Marte, confirmando que sons agudos viajam mais rápido do que os graves – algo extremamente incomum.

“Marte é o único lugar no sistema solar onde isso acontece na largura de banda audível por causa das propriedades únicas da molécula de dióxido de carbono que compõe a atmosfera”, disse Chide.

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Segundo os pesquisadores, o dióxido de carbono na atmosfera de Marte também desempenha um papel na sazonalidade do som. À medida que a molécula congela nos polos marcianos durante o inverno, a atmosfera se torna menos densa, de modo que o volume de som varia cerca de 20% entre as estações marcianas.

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