Com a aposentadoria anunciada no mês passado, a sonda InSight, da NASA, pode trabalhar um pouquinho mais em Marte, segundo uma atualização sobre a missão disponibilizada nesta terça-feira (21) no site do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da agência.

Imagens de antes e depois mostram o módulo de pouso InSight, da NASA, logo após seu pouso, em 2018 (à esquerda), e em maio deste ano, após a poeira acumulada nas matrizes solares cortar os níveis de energia do lander para apenas um décimo do que estavam no início da missão. Crédito: NASA/JPL-Caltech

Após fornecer medições sem precedentes sobre a atividade sísmica em Marte e até imagens fascinantes (como a de um nascer do Sol), a sonda InSight está prestes a parar de funcionar.

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Há meses, a NASA vem alertando que o módulo provavelmente não resistiria até o meio deste ano com tanto acúmulo de poeira em suas matrizes de energia solar. Em janeiro, uma grande tempestade de poeira regional cobriu os painéis solares, o que acionou automaticamente o modo de segurança. Isso já havia acontecido repetidas vezes em 2021, provocando mais acúmulo de poeira e reduzindo sua fonte de energia.

Devido a preocupações de peso e potência, o lander não carrega um sistema suplementar para limpar a poeira, como motores ou escovas. Então, usando um furo no braço robótico, a equipe responsável pelo InSight reduziu um pouco a sujeira e ganhou vários impulsos de energia, mas essas atividades se tornam cada vez mais difíceis à medida que a energia disponível diminui.

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Para preservar a potência da sonda da melhor forma possível, esse braço robótico será colocado em uma “pose de aposentadoria”, em uma posição invertida em forma de V para ter vistas do sismômetro uma vez que ele não é mais ordenado a se mover da Terra. Isso estava previsto para acontecer até o fim de junho.

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No entanto, a equipe da missão optou por operar o sismômetro por mais tempo do que o planejado anteriormente, com seu desligamento agora esperado para fim de agosto ou início de setembro.

Isso poderá descarregar as baterias do lander mais cedo e fazer com que a espaçonave fique sem energia, mas também pode permitir que o sismômetro detecte abalos sísmicos adicionais em Marte, além dos mais de 1,3 mil já detectados até agora desde 2018.

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“A InSight ainda não terminou de nos ensinar sobre Marte”, disse Lori Glaze, diretora da Divisão de Ciência Planetária da NASA em Washington. “Vamos obter até o último pedaço de ciência que pudermos antes que o lander conclua as operações”.

“O objetivo é levar os dados científicos até o ponto em que o InSight não pode operar, em vez de conservar energia e operar o lander sem nenhum benefício científico”, disse Chuck Scott, gerente de projetos da missão InSight no JPL.

Todos os instrumentos já foram desligados, à exceção do sismômetro. A partir de quando o braço robótico for colocado em pose de aposentadoria, o sismômetro funcionará pelo menos intermitentemente por mais um período (sendo ligado e desligado de tempos em tempos). O “último off” deve ser acionado até dezembro, colocando um fim definitivo a essa missão histórica.

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