NASA seleciona três empresas para desenvolver sistemas de energia nuclear na Lua

Por Flavia Correia, editado por Acsa Gomes 21/06/2022 18h05, atualizada em 23/06/2022 19h03
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Conforme noticiado pelo Olhar Digital em novembro passado, a NASA pretende construir uma usina nuclear na Lua até 2030. Para tornar isso possível, a agência e o Departamento de Energia dos EUA, em parceria com o Laboratório Nacional de Idaho (INL), fizeram um chamamento público para selecionar os melhores projetos. 

Três empresas venceram a licitação e receberão investimentos de cerca de US$5 milhões (algo em torno de R$25,7 milhões): a Lockheed Martin, a Westinghouse e a IX (uma joint venture da Intuitive Machines e da X-Energy). Com esse montante, elas vão financiar seus projetos para um sistema de energia de fissão de superfície, uma ideia em que a NASA vem trabalhando há pelo menos 14 anos.

Representação artística de uma usina nuclear kilopower na superfície da Lua, com um radiador de calor parecido com um guarda-sol. A unidade real deverá ter cabos transportando eletricidade para longe do reator. Imagem: NASA

Se a demonstração dos sistemas apresentados pelas empresas for bem sucedida, pode levar à energia nuclear que alimenta missões de longo prazo na Lua e em Marte, como parte do Programa Artemis. “O desenvolvimento desses projetos iniciais nos ajudará a estabelecer as bases para alimentar nossa presença humana a longo prazo em outros mundos”, disse Jim Reuter, administrador associado da Diretoria de Missões de Tecnologia Espacial da NASA, em comunicado.

Sob contratos de 12 meses, a Lockheed Martin fará parceria com a BWXT e a Creare. Já a Westinghouse se juntará à Aerojet Rocketdyne, enquanto a proposta da IX será trabalhada com a Maxar e a Boeing.

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De acordo com o edital do chamamento público, o projeto proposto deve ser um reator de fissão movido a urânio – ou seja, um aparelho que pode dividir núcleos atômicos pesados ​​em núcleos mais leves, liberando energia como subproduto. Diferentemente da fusão nuclear, que, por outro lado, envolve a combinação de dois ou mais átomos mais leves em um mais pesado, também liberando energia no processo.

O reator não deve pesar mais do que 6 kg e deve ser construído em um tamanho que o permita caber em compartimento de foguete com pouco mais de 24 m2.

Outra regra constante no edital é a de que o reator será montado na Terra e, em seguida, lançado à Lua, onde deverá fornecer 40 quilowatts de energia elétrica contínua por 10 anos.

Também exigem que o dispositivo tenha controles de temperatura para se manter resfriado, tendo em vista que a Lua pode atingir mais de 127ºC durante o dia.

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Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.

Acsa Gomes
Redator(a)

Acsa Gomes é formada em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo pela FAPCOM. Chegou ao Olhar Digital em 2020, como estagiária. Atualmente, faz parte do setor de Mídias Sociais.