Em entrevista à rede americana CNBC, no último sábado (25), o CEO da ExxonMobil, Darren Woods, afirmou que, até 2040, todo carro, van ou caminhonete/caminhão que chegar ao consumidor terá zero emissões de carbono. Para Woods, que comanda a maior petroleira dos EUA desde 2017, produtos químicos serão responsáveis pelo lucro da empresa nos próximos anos, quando se prevê a transição para energia limpa na maior parte dos países desenvolvidos.

“Os produtos químicos desempenham um papel muito importante na vida das pessoas hoje”, disse o CEO da ExxonMobil. “Isso nos dá um impulso muito grande e é parte do motivo pelo qual investimos na fábrica em Corpus Christi [litoral do Texas, sul dos Estados Unidos]. O outro grande catalisador são os combustíveis industrias, combustíveis para transporte. Serviço pesado!”

Woods disse ainda que as instalações em uso continuarão relevantes graças à capacidade de produção de biocombustíveis pela ExxonMobil. Ele acha que a empresa é flexível o suficiente para sobreviver às transformações nos próximos anos, especialmente porque ninguém pode prever como será a transição para os carros elétricos. “Não nos vemos no negócio da gasolina ou do diesel”, pontuou o executivo.

Antes de ser nomeado CEO da ExxonMobil, Woods trabalhou para a petroleira como engenheiro químico. Sua experiência pode ser a chave para a empresa criar um modelo de negócio que vá além da necessidade de combustíveis fósseis. Atualmente, mais de 6 mil produtos no mundo são feitos de petróleo, desde polímeros plásticos e produtos asfálticos até medicamentos.

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Posto da ExxonMobil na Alemanha
Posto da Esso, uma das marcas da ExxonMobil, em Munique, na Alemanha (Shutterstock)

ExxoMobil: histórico negacionismo climático

Dos anos 1980 à metade dos anos 2000, a ExxonMobil foi uma das empresas que lideraram o movimento negacionista às mudanças climáticas, frequentemente opondo-se a regulamentações para reduzir o aquecimento global e recusando-se a assinar o Protocolo de Kyoto. Há evidências de que, no período, a companhia investiu mais de US$ 31 milhões em grupos para disseminar desinformação sobre o tema, Segundo análise da UCS (em inglês, União de Cientistas Preocupados) divulgada em 2007, a empresa usou as mesmas estratégias adotadas pela indústria do tabaco para negar a ligação entre câncer de pulmão e tabagismo na renúncia à causa climática.

Durante a entrevista, quando questionado se as mudanças climáticas são causadas pelo homem, o CEO da ExxonMobil respondeu que não há dúvida e que “sempre entendeu que o CO2 na atmosfera tinha potencial de aquecimento”. Ao que parece, porém, Woods esqueceu dos créditos para a empresa americana na construção do cenário.

Crédito da imagem principal: Reprodução/YouTube/CNBC

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