Um novo estudo apresentado na reunião anual da Endocrine Society, uma organização médica internacional de profissionais na área de endocrinologia, revela que a pré-diabetes está fortemente ligada a um risco maior de ataque cardíaco. Para chegar à conclusão, os pesquisadores analisaram dados de 1,79 milhão de internações de pacientes que sofreram infarto do miocárdio.

A pré-diabetes é uma condição na qual os níveis de glicose no sangue são mais altos que o normal, mas não o suficiente para ser considerada diabetes. Em resumo, é praticamente um caminho para o desenvolvimento da doença – quem tem valores de glicemia em jejum entre 100 e 125 mg/dL, ou de hemoglobina glicada entre 5,7% e 6,4% tem propensão maior à diabetes.

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25% mais chances de ataque

Do total de pacientes analisados no estudo, 1% tinha pré-diabetes. Após o ajuste para fatores de risco para doenças cardíacas (incluindo idade, sexo, raça, histórico familiar de ataque cardíaco, pressão alta, colesterol alto, diabetes, tabagismo e obesidade), essa condição foi associada a um aumento de 25% nas chances de ataque cardíaco, em comparação com os pacientes sem pré-diabetes.

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Aqueles com pré-diabetes também tiveram 45% mais chances de precisar de intervenção percutânea (um tratamento cardíaco para abrir vasos sanguíneos bloqueados). Além disso, os pacientes nessa condição apresentaram quase o dobro do risco de ter uma cirurgia de revascularização do miocárdio.

Mudança de comportamento e exercícios

“A pré-diabetes não é tratada com medicamentos, pelo menos inicialmente”, explicou a principal autora do estudo, Geethika Thota, residente de medicina interna do Hospital Universitário de São Pedro, Nova Jersey, nos Estados Unidos. Em vez disso, pessoas classificadas como pré-diabéticas são instruídas sobre importantes mudanças no estilo de vida, como dieta e atividade física, que podem reverter o diagnóstico.

“Nosso estudo serve como um alerta para que todos mudem o foco para o gerenciamento da pré-diabetes, não apenas da diabetes”, disse Thota. “Com base em nossas descobertas, incentivamos todos a fazer mudanças no estilo de vida, seguir uma dieta saudável e se exercitar regularmente por pelo menos 150 minutos por semana, para diminuir o risco de ataques cardíacos.”

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Imagem: dragana991/iStock