Prós
  • Mais bonito que o Edge 30 Pro
  • Tela OLED com 144Hz é um deleite
  • Carregador de 33 watts é ótimo
  • Câmeras fazem bem o trabalho
Contras
  • Sem proteção contra água
  • Carregador veloz, mas autonomia é ruim
  • Política de atualizações da Motorola ainda é ruim

Até pouco tempo a Motorola tinha uma divisão muito clara sobre o que é celular topo de linha e quais são os intermediários. Bem, nos últimos anos a marca criou o nome Edge e ele anda tanto nos modelos mais caros, quanto nos menos caros. No segundo ponto é onde temos o Edge 30.

Ele realmente é o smartphone mais bonito de toda linha Edge, ao menos até agora. O aparelho é bastante fino, leve, tem traseira elegante mesmo sendo de plástico, utiliza visual quadradão que me agrada bastante, vem com tela AMOLED de 144 Hz, processador Snapdragon 778G+ 5G e desempenho bacana, mas também existem pontos negativos nesse celular.

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Nos próximos parágrafos eu te conto minha experiência com ele no bolso durante as últimas semanas, para te ajudar na hora de decidir se leva o Motorola Edge 30 pra casa, ou se escolhe outro celular.

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Review do Motorola Edge 30 em vídeo

Design e tela

Começando pelo lado de fora, eu gosto muito do visual adotado pelo Edge 30. Ele está muito bem alinhado em uma família de produtos que deixa claro não ser um Moto G, mesmo este como um aparelho também intermediário. Todo o corpo é de plástico, mas nem por isso ele me passou uma sensação de produto barato, muito pelo contrário. É possível confundir facilmente que a traseira é de metal ou vidro.

Outro ponto focado na beleza, mas que pode não ser tão positivo assim, é a espessura. Durante o lançamento no Brasil e até fora daqui, a Motorola disse muitas vezes que este é o celular mais fino do mundo com conexão 5G. Ele tem 6,79 milímetros de espessura e isso é realmente pouco, principalmente se você comparar com os 7,6 milímetros do Galaxy S22 ou 7,7 do iPhone 13.

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Motorola Edge 30 (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)
Motorola Edge 30 (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)

Eu falei que tinha coisa ruim nessa magreza toda né, pois é…tem e ela pode ser muito grave para muita gente: corpo fino em celular automaticamente significa que a bateria não é das maiores. É isso, acontece isso por aqui, mas eu comento sobre a autonomia mais tarde.

Tem mais um ponto negativo no design, esse ainda maior e envolvendo mais gente para reclamar: não existe nenhuma certificação IP aqui para segurar água ou poeira para fora. Se o Motorola Edge 30 cair na piscina, é bom começar a rezar para que ele saia vivo da água.

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Enfim, na frente a tela é um AMOLED de 6,5 polegadas e com resolução Full HD+, com atualização elevada em 144Hz e reprodução de cores muito satisfatória. A fluidez de animações chama atenção nesse display. O contraste também, junto dos grandes ângulos de visão.

Motorola Edge 30 (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)
Motorola Edge 30 (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)

Eu gostei muito do resultado, mas achei que o brilho poderia ser um pouco mais forte. Em todos os testes eu mantive no automático e a barra de ajuste sempre ficava por perto dos 70%.

Ainda na frente um leitor de impressões digitais está presente sob a tela e ele faz bem seu trabalho, ainda que de forma menos veloz quando comparado ao sensor ultrassônico de poucos (e bem caros) aparelhos.

Por fim, o som do Motorola Edge 30 é estéreo em configuração para deixar a experiência bem envolvente. Ele tem suporte ao Dolby Atmos, mas você percebe melhor a diferença quando está com fones de ouvido.

Motorola Edge 30 (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)
Motorola Edge 30 (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)

Hardware e software

Por dentro a Motorola não economizou se você pensar no mercado de celulares intermediários. Para o Edge 30 ela escolheu o processador Snapdragon 778G+ 5G, acompanhado de 8 GB de RAM e 256 GB de memória, mas sem poder expandir esse espaço. Tudo bem, 256 GB é quantidade suficiente para quase todo mundo.

No cotidiano, o hardware não engasgou durante a abertura de nenhum aplicativo. Seja Twitter, Facebook, Instagram e nem mesmo o Telegram, ou WhatsApp. A tela com 144Hz ajuda na sensação de fluidez, mas eu tenho certeza que o processador e a velocidade da memória interna são competentes o suficiente para alguns anos assim.

Motorola Edge 30 (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)
Motorola Edge 30 (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)

Em jogos eu vi uma taxa de quadros por segundo maior que em concorrentes que também testei, como o Galaxy S21 FE. Tenho quase certeza que o hardware é muito próximo, então a fluidez vem dos hertz extras na tela. De qualquer forma, tanto Asphalt 9 como Genshin Impact rodaram sem qualquer dificuldade.

Tudo isso tira proveito do Android 12 instalado de fábrica, que é bom sinal para momentos onde o Android 13 já está em testes abertos e em breve será lançado. A My UX, interface da Motorola, tem tudo que se espera de um quase Android puro. Isso significa visual muito parecido com os aparelhos Pixel e poucos apps pré-instalados, o mesmo vale para recursos.

Motorola Edge 30 (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)
Motorola Edge 30 (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)

Aqui continua a máxima dos aparelhos da marca ao ter atalhos muito úteis, como um que liga a lanterna, outro para ativar a câmera e o último faz uma captura de tela ao deslizar três dedos. O Ready For continua presente e ele abre uma interface tipo PC em monitores externos, muito semelhante ao Samsung DeX.

Dá para usar teclado e mouse Bluetooth neste momento e o Edge 30 vira um computador, que lembra de longe um Chrome OS, pois pode abrir os apps do Android.

Enfim, o Android 12 vem né, mas o Edge 30 só será atualizado até o Android 14. É um período de updates menor que a Samsung e algumas marcas chinesas, como a Realme e Xiaomi. É um ponto muito negativo para quem pensa em ficar com o celular por mais de três anos, mas pode passar despercebido se você trocar de aparelho antes disso.

Câmeras

O Motorola Edge 30 tem um conjunto triplo de câmeras na parte traseira, sendo o sensor principal e o secundário com 50 megapixels, onde a segunda lente faz ultrawide e também registra macro. Já o terceiro serve apenas para medir a distância em fotos com fundo desfocado, então desconsidere.

Foto com o sensor principal do Motorola Edge 30 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com o sensor principal do Motorola Edge 30 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com o sensor principal do Motorola Edge 30 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com o sensor principal do Motorola Edge 30 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

O resultado final do sensor principal me deixou feliz, animado. Agrupar tantos pixels em um só para resultar em fotos com pouco mais de 12 megapixels ajuda nesse trabalho, entregando mais detalhes e luz que um sensor desta resolução específica. Durante o dia eu vi cores bem representadas e quase nenhum problema, mesmo nas bordas das fotos.

Foto com o sensor principal do Motorola Edge 30 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com o sensor principal do Motorola Edge 30 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com o sensor principal do Motorola Edge 30 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com o sensor principal do Motorola Edge 30 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Em ambientes escuros a câmera principal também lida bem com a situação, mesmo sem o modo noturno ativado. Eu gostei do realce em cores quando ele está ligado, algo pouco comum em aparelhos da concorrência de mesmo preço e patamar. Fotos com essa exposição elevada também costumam diminuir a quantidade de ruído, além de suavizar luzes estouradas.

Foto com o sensor principal do Motorola Edge 30 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com o sensor principal do Motorola Edge 30 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com o sensor principal do Motorola Edge 30 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com o sensor principal do Motorola Edge 30 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Em um dos testes eu tirei foto dentro de um túnel do metrô de São Paulo, que é bem escuro, mesmo com as lâmpadas laterais. O resultado faz parecer que tem um farol aceso e apontado para lá. Bem bacana.

O sensor ultrawide, mesmo que com 50 megapixels, não segue exatamente a mesma cartilha de bons resultados da câmera principal. Por aqui o ruído já começa a dar as caras mesmo de dia, o que é esperado por ter uma lente mais escura, mas até o alcance dinâmico é afetado. De noite a qualidade cai ainda mais, com o modo noturno sequer sendo capaz de suavizar completamente as luzes estouradas.

Foto com o sensor ultrawide do Motorola Edge 30 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com o sensor ultrawide do Motorola Edge 30 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com o sensor ultrawide do Motorola Edge 30 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com o sensor ultrawide do Motorola Edge 30 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Na macro a situação é melhor para lente ultrawide e você geralmente vai encontrar bons resultados para compartilhar em redes sociais.

Foto com o sensor ultrawide do Motorola Edge 30 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com o sensor ultrawide do Motorola Edge 30 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com o sensor ultrawide do Motorola Edge 30 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com o sensor ultrawide do Motorola Edge 30 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Nas selfies, temos 32 megapixels que fazem bem o trabalho de colocar você (ou seu grupo) na cena. As cores também estão boas, não encontrei recortes errados no modo retrato e o ruído também é bem controlado. É difícil fazer uma selfie ruim com esse sensor.

Foto com o sensor frontal do Motorola Edge 30 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com o sensor frontal do Motorola Edge 30 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Bateria

Em bateria a falta de gordura cobra seu preço. O Motorola Edge 30 tem apenas 4.020 mAh e isso é pouco. Praticamente qualquer concorrente tem 5.000 mAh, ainda com alguns chegando em 7.000 mAh.

Nos meus testes eu passei um dia inteiro de uso, com a atualização de tela configurada pro que vem de padrão, que é no modo que alterna automaticamente de acordo com a necessidade, junto de algumas horas de podcasts, uma meia hora de jogo, muita navegação em redes sociais e alguns sites. Também tirei algumas fotos para esse review e, no fim do dia, o Edge 30 ainda tinha 30% de carga restante.

Motorola Edge 30 (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)
Motorola Edge 30 (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)

Para compensar a autonomia baixa, a Motorola envia na caixa um carregador de 33 watts. Com ele na tomada, em meia hora a bateria sai de 0 e vai para quase 70%. Pra ter o 100% mais uma vez você precisa de quase uma hora. Eu levei 56 minutos.

Motorola Edge 30: vale a pena?

Sim, mas especialmente para quem quer um intermediário forte da Motorola e quer ficar longe do nome Moto G, conhecido por entregar aparelhos de praticamente todos os desempenhos, mas com visual menos atraente. O Edge 30 é realmente bonito, até mais bonito que o topo de linha Edge 30 Pro.

Eu gostei do desempenho, principalmente dos 144 Hz da tela AMOLED, que são deleite para os jogadores. O envolvimento do som estéreo também me cativou, mas o Edge 30 erra em alguns pontos fortes. O primeiro deles é na espessura tão fina que deixou a autonomia da bateria inferior ao que praticamente qualquer concorrente entrega.

Motorola Edge 30 (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)
Motorola Edge 30 (Imagem: Mario Kurth/Olhar Digital)

O segundo está na política de atualizações da Motorola, que já foi horrível ao prometer apenas um update e agora faz dois. Melhorou, mas a Samsung ainda entrega o dobro deste tempo até mesmo em smartphones muito mais baratos, que custam quase a metade do valor cobrado pelo Edge 30. O último está na falta de certificação IP alguma coisa, por mais que a bandeja do SIM card conte com uma borracha para proteger a entrada de água.

Se você quiser muito um Motorola bonito, potente e vai ficar com ele por uns dois ou três anos, o Edge 30 pode ser uma boa pedida e ele vai pesar R$ 3.999 no seu bolso. Para quem está aberto para outras oportunidades, eu consigo indicar outros modelos como o Galaxy A73, ou o Poco F4.

Nossa avaliação
Nota Final
8.1
  • Desempenho
    9.0
  • Design
    9.0
  • Câmeras
    8.0
  • Bateria
    7.0
  • Sistema/Interface
    7.0
  • Tela
    10.0
  • Conectividade
    9.0
  • Resistência
    6.0

Motorola Edge 30: ficha técnica

Tela:AMOLED de 6,5 polegadas
Full HD+, 2.400 x 1.080 pixels
144 Hz
HDR10+
Processador:Qualcomm SM7325-AE Snapdragon 778G+ 5G (6 nm)
Octa-core de até 2,5 GHz
GPU:Adreno 642L
RAM:8 GB
Armazenamento:256 GB
Câmeras traseiras:Principal: 50 MP (f/1,8)
Ultrawide: 50 MP (f/2,2)
Profundidade: 2 MP (f/2,4)
Vídeo:4K até 30 fps
Câmera frontal:32 MP (f/2,3)
Sistema Operacional:Android 12
My UX
Conexões:Wi-Fi 6e (2,4 GHz e 5 GHz)
Bluetooth 5.2 (A2DP e LE)
USB-C 2.0
NFC
GPS (A-GPS, GLONASS, BDS, GALILEO)
Bateria:4.020 mAh
Carregamento de 33 watts (na embalagem)
Outros:Leitor de impressões digitais (sob a tela)
Dimensões:159,4 x 74,2 x 6,8 mm
Peso:155 gramas