Bolhas gigantes no espaço podem bloquear luz do sol e reduzir aquecimento global

Por Isabela Valukas Gusmão, editado por Acsa Gomes 15/08/2022 10h57, atualizada em 17/08/2022 14h15
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, estão em busca de soluções para reduzir as emissões de gases de efeito estufa principalmente o gás carbônico e o metano. Dentre as possibilidades consideradas, os pesquisadores propuseram uma alternativa que mais parece ter saído de um filme de ficção científica: mandar bolhas para o Espaço para reduzir a entrada de luz solar.

A ideia é desenvolver uma balsa de finas membranas semelhantes a bolhas. Essas membranas refletirão ou absorverão uma parte da luz solar que atinge a Terra. A equipe do MIT argumenta que se a quantidade de luz solar que chega à Terra for reduzida em 1,5%, poderíamos eliminar totalmente os efeitos de toda a produção humana de gases de efeito estufa.

Leia mais:

Por enquanto, a ideia ainda está no papel, a equipe ainda não definiu qual será o material de composição dessas bolhas, nem como elas serão enviadas para o Espaço (ou se realmente serão). O único ponto definido é o local-alvo: primeiro ponto LaGrange (L1) entre a Terra e o Sol. É nesse ponto que as forças gravitacionais de dois corpos massivos (nesse caso a Terra e o Sol) cancelam a aceleração centrípeta. Especialmente em L1, está a sonda de observação solar SOHO.

Outro ponto que precisa ser considerado é a estabilidade do sistema. Como as balsas vão se equilibrar entre as forças gravitacionais da Terra, do Sol e de outros planetas? Isso sem contar os eventuais micrometeoróides que passam no local, o contato direto com a radiação solar e os eventos oriundos desse astro, como as tempestades de vento solar.

Imagine os desafios para os engenheiros, que precisariam confeccionar a maior estrutura já enviada para o Espaço. Para bloquear míseros 1% da produção solar, seria necessário produzir uma balsa com milhares de quilômetros de largura. Os desafios dessa empreitada são inúmeros.

balsas-espaco-mit
Imagem: Ilustração de bolhas usadas para reduzir a luz solar e combater as mudanças climáticas Créditos: MIT

As bolhas não são suficientes para resolver o problema

Ao observar o problema, verifica-se que essa não é uma solução definitiva para a situação que a Terra enfrenta, afinal, os danos causados por mais de um século de industrialização avançada já definiram o curso da trajetória climática em uma direção ruim. Infelizmente, o impacto é tão devastador que, mesmo parando completamente as emissões de gases de efeito estufa amanhã, as consequências das mudanças climáticas ainda fariam parte do cotidiano das pessoas por décadas e até mesmo séculos.

De acordo com os cientista, esse aumento na temperatura da Terra nunca foi visto antes em nenhum registro geológico do planeta. O problema é tão grave que as tentativas disponíveis e conhecidas hoje para mitigar esse problema, não seriam suficientes. No caso das bolhas, ficam alguns questionamentos: qual o impacto desse procedimento ao longo dos anos, décadas e séculos? Qual efeito elas teriam na biosfera ou no nível de cobertura das nuvens? As dúvidas são inúmeras e ainda há muito a ser feito nesse campo.

Via: Universe Today

Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!

Isabela Gusmão é estagiária e escreve para a editoria de Ciência e Espaço. Além disso, ela é nutricionista e cursa Jornalismo, desde 2020, na Universidade Metodista de São Paulo (UMESP).

Acsa Gomes
Redator(a)

Acsa Gomes é formada em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo pela FAPCOM. Chegou ao Olhar Digital em 2020, como estagiária. Atualmente, faz parte do setor de Mídias Sociais.