A missão DART finalmente conseguiu atingir seu alvo na noite da última segunda-feira, e a nave colidiu com o Dimorphos. Mas será que o objetivo foi cumprido e a NASA conseguiu desviar o asteroide? 

Na realidade, ainda não sabemos. O que foi confirmado na noite de ontem é que a DART conseguiu acertar seu alvo. No entanto, ainda vai demorar um pouco para que tenhamos certeza de que o asteroide conseguiu ser desviado. 

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Quando vamos saber se a NASA conseguiu desviar o asteroide? 

De acordo com a NASA é esperado que leve entre duas a quatro semanas para que tenhamos a informação se a missão realmente conseguiu desviar o asteroide. Lembrando que o objetivo é um teste de defesa interplanetária para preparar a Terra em caso de uma ameaça real desse tipo.

Ao contrário do que vimos em filmes de ficção científica, a colisão não destruiu o asteroide, e isso nem foi cogitado. A intenção da missão milionária da NASA é saber se o impacto da nave é suficiente para tirar o Dimorphos levemente de sua trajetória. 

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O asteroide também não deve ter sua rota desviada de forma perigosa. “Nós movemos o pequeno, mas o grande é como uma âncora. Ele o está segurando”, explicou Andy Cheng, cientista-chefe de defesa planetária do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins (APL), que administra a Missão DART para a NASA, disse em entrevista coletiva na segunda-feira.

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O alvo escolhido para colidir com a DART

O Dimorphos faz parte do sistema duplo de asteroides Didymos e foi escolhido, entre outros fatores, por conseguir ser observado por telescópios aqui da Terra, mesmo estando a 11 milhões de quilômetros de distância de nós. O cubesat LICIACube, da Agência Espacial Italiana, foi lançado junto com a DART e também está fazendo registros da colisão.

“O sistema Didymos é um binário eclipsante, o que significa que, de nossa posição na Terra , o Dimorphos passa regularmente na frente e atrás de Didymos enquanto orbita”, escreveram funcionários da JHUAPL em uma ficha técnica do DART.

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Segundo Nancy Chabot, líder de coordenação da missão DART e cientista planetária do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, a colisão superou as expectativas da equipe. No entanto, ainda falta muito trabalho. “Sei que outros cientistas como eu na equipe já estão apontando para essas imagens dizendo: ‘Você viu aquela pedra? Você viu aquela área lisa?’”, disse Chabot na transmissão.

Os cientistas terão ainda outra oportunidade de ver Dimorphos em detalhes, desta vez por muito mais tempo. A Agência Espacial Europeia lançará o Hera, missão de acompanhamento, em 2024.

A Hera chegará em 2026 e, ao contrário da DART, ficará nas redondezas, explorando Dimorphos e Didymos. A missão dará aos cientistas melhor visão da própria cratera de impacto após a poeira baixar, bem como dos estados naturais dos asteroides. Mas até lá já saberemos se a NASA conseguiu desviar o asteroide.

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