Nesta segunda-feira (26), enfim o tão esperado choque da espaçonave DART, da NASA, com o asteroide Dimorphos e sua “lua”, Didymos.

O impacto se deu às 20h14 (horário de Brasília) e foi transmitido ao vivo pelo Olhar Digital. As últimas imagens da colisão entre os corpos são impressionantes. Veja abaixo:

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“Eles superaram minhas expectativas”, disse Nancy Chabot, líder de coordenação da missão DART e cientista planetária do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, durante a transmissão do evento.

Até a visita da DART, os cientistas sabiam muito pouco sobre o Dimorphos, que orbita um asteroide maior chamado Didymos. O sistema aparece apenas como ponto de luz para telescópios na Terra.

Mas a espaçonave capturou imagens por todo o caminho, enviando para a NASA uma imagem por segundo, com a visão final do asteroide acontecendo há cerca de dois segundos e meio antes do impacto, de acordo com linha do tempo fornecida pela NASA antes do ocorrido.

A filmagem é muito importante, já que os cientistas viram poucos asteroides de perto. Quando as imagens finais da DART chegaram à Terra, os membros da equipe da missão – e todos que sintonizaram a transmissão ao vivo – viram um campo incrível de rochas cinzentas angulares intercaladas com seixos, cascalho e poeira. “Sei que outros cientistas como eu na equipe já estão apontando para essas imagens dizendo: ‘Você viu aquela pedra? Você viu aquela área lisa?'”, disse Chabot.

As imagens se assemelham a fotografias tiradas pela missão japonesa Hayabusa2 no asteroide Ryugu e pela missão OSIRIS-REx da NASA no asteroide Bennu.

Ambas as rochas espaciais eram os chamados asteroides de “pilha de escombros”, nomeados pela propagação de rochas vistas em suas superfícies.

Asteroide Bennu (Imagem: Divulgação/NASA/Goddard/University of Arizona)

No entanto, enquanto ambos eram em forma de diamante, o Dimorphos aparece mais como uma espécie de “batata espacial” nas imagens capturadas pela DART durante a aproximação.

A DART foi equipada com um único instrumento, o DRACO (Didymos Reconnaissance and Asteroid Camera for Optical Navigation, ou Reconhecimento de Didymos e Camera de Asteroide para Navegação Óptica).

Antes de capturar o incrível fluxo final, o DRACO também foi responsável por ajudar a conduzir a espaçonave em Dimorphos – feito impressionante, já que DRACO só conseguiu detectar a lua cerca de uma hora e meia antes do impacto.

Nos próximos dias, os cientistas receberão mais imagens de Dimorphos, tiradas pelo Light Italian Cubesat for Imaging Asteroids (LICIACube), pequena espaçonave que andou junto com o DART até o início de setembro.

O LICIACube passou pelo local do impacto apenas três minutos após a colisão, fotografando a nuvem de detritos que a chegada abrupta da DART lançou ao espaço. No entanto, o cubesat também virou suas duas câmeras para o lado intacto de Dimorphos, fornecendo aos cientistas dados adicionais sobre a rocha espacial.

Muito além da DART

Os cientistas terão ainda outra oportunidade de ver Dimorphos em detalhes, desta vez por muito mais tempo. A Agência Espacial Europeia lançará o Hera, missão de acompanhamento, em 2024.

A Hera chegará em 2026 e, ao contrário da DART, ficará nas redondezas, explorando Dimorphos e Didymos. A missão dará aos cientistas melhor visão da própria cratera de impacto após a poeira baixar, bem como dos estados naturais dos asteroides.

Com informações de space.com

Imagem destacada: Reprodução/NASA/JHUAPL

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