Furacão Ian: fenômeno faz com que o mar desapareça temporariamente na Flórida

Por Isabela Valukas Gusmão, editado por Acsa Gomes 29/09/2022 21h55, atualizada em 03/10/2022 15h45
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Dentre as consequências observadas na passagem do furacão Ian pela Flórida, nos Estados Unidos, está um fenômeno conhecido como maré de tempestade reversa ou negativa. Esse efeito faz com que a água do mar desapareça, a partir da aproximação do fenômeno, e retornem após sua passagem.

Segundo a BBC News, moradores próximos da Baía de Tampa e de outras áreas até chegaram a se aventurar e caminhar sobre as algas marinhas, que ficaram expostas antes da passagem do furacão Ian que atingiu a terra firme com ventos de 240 km/h.

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Diante do burburinho nas redes sociais e da audácia das pessoas que visitaram a área, o Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA emitiu um alerta para que a população evitasse a região, pois “a água vai voltar”. Além disso, eles reforçaram que, em qualquer local onde esse fenômeno tenha acontecido, não era recomendado que as pessoas caminhassem por ele.

Reprodução/Twitter

Várias pessoas que passavam se aventuraram a se aproximar e caminhar sobre as algas que ficaram expostas. O Centro Nacional de Furacões também alertou para essa situação e deu ênfase nas “ondas catastróficas” que seriam formadas com o retorno da água.

Como acontece a maré de tempestade reversa

A maré de tempestade reversa ocorre quando os ventos dos ciclones tropicais que se formam ao norte do Equador, circulam no sentido anti-horário, ou seja, da direita para a esquerda. A costa oeste da Flórida, localizada na direção oposta da rotação do ciclone, e ao norte, acaba sofrendo o recuo da água para o oceano graças à força dos ventos formados.

Nas áreas ao sul, os ventos do ciclone fazem com que a água do oceano entre em forma de maremoto. Segundo o meteorologista José Álamo, do Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos, “quando a água recua, significa que o furacão está a caminho”.

No entanto, conforme o furacão se desloca ocorre uma mudança: a área que estava ao norte do furacão passa a se encontrar ao sul e o mesmo fenômeno acontece, porém, na direção oposta. Portanto, surge a chamada ressurgência ou inundação costeira do furacão.

À medida que o sistema tropical deixa a área, as águas podem recuar lentamente. A última vez que uma maré de tempestade negativa foi registrada em Tampa, aconteceu em 2017, durante a passagem do furacão Irma, que também atingiu os EUA com categoria 4.

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Isabela Gusmão é estagiária e escreve para a editoria de Ciência e Espaço. Além disso, ela é nutricionista e cursa Jornalismo, desde 2020, na Universidade Metodista de São Paulo (UMESP).

Acsa Gomes
Redator(a)

Acsa Gomes é formada em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo pela FAPCOM. Chegou ao Olhar Digital em 2020, como estagiária. Atualmente, faz parte do setor de Mídias Sociais.