Um fóssil de um antigo monstro marinho serpentiforme, medindo cerca de sete metros de comprimento, foi descoberto em Wyoming, no oeste dos EUA. Ele é categorizado pelos cientistas dentro do gênero Serpentisuchops, que quer dizer “cobra cara de crocodilo” e abrange uma única espécie, chamada S. pfisterae, identificada pela primeira vez em 1995.

Ilustração artística mostra como teria sido o monstro marinho “cobra cara de crocodilo”. Imagem: Scott Persons/Pen News

Esse réptil gigante habitou os mares há mais de 70 milhões de anos, quando os dinossauros vagavam pela Terra. Ele recebeu esse nome porque seu pescoço longo se assemelha a uma cobra, e as mandíbulas salientes são parecidas com as dos crocodilos.

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“Para comparação, o pescoço humano tem apenas sete vértebras”, disse o professor Walter Scott Persons, do Colégio de Charleston, na Carolina do Sul, em um comunicado. “Serpentisuchops tem 32”. Persons é o principal autor do estudo que descreve a descoberta, publicado esta semana na revista científica iScience.

Serpentisuchops é membro de um grupo extinto de répteis marinhos chamados plesiossauros, mas sua morfologia única está mudando o que se sabia sobre essa linhagem há muito perdida.

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“Quando eu era estudante, me ensinaram que todos os plesiossauros em evolução tardia se enquadram em uma das duas categorias anatômicas: aqueles com pescoços muito longos e cabeças minúsculas, e aqueles com pescoços curtos e mandíbulas muito longas”, disse Persons. “Bem, nosso novo animal confunde totalmente essas categorias”.

O pesquisador Walter Scott Persons mostrando o fóssil de um Serpentisuchops pfisterae encontrado nos EUA. Imagem: Scott Persons/Pen News

Até agora, os cientistas identificaram mais de 100 espécies de plesiossauros, com uma das maiores medindo cerca de 15 metros de comprimento e pesando presumidamente 45 toneladas, descoberta na Noruega em 2009, que foi apelidada de Predador X. Segundo os paleontólogos, sua mordida poderia ser quatro vezes mais forte que a de um Tiranossauro rex.

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Segundo Persons, o fóssil foi desenterrado há mais de 25 anos no leste do estado norte-americano de Wyoming e doado ao Museu Paleon, na cidade de Glenrock, onde foi estudado. “A maior parte desse tempo foi gasto limpando-o e preparando-o para exame científico”, disse Persons em entrevista ao site LiveScience. “Só agora o espécime foi capaz de revelar seus segredos”.

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Os pesquisadores acreditam que esses animais tinham uma dieta composta por presas pequenas de natação rápida, como lulas e peixes minúsculos. “Os dentes altos e cônicos são lisos e não serrilhados, com uma borda de ponta, então esse animal não teria sido capaz de morder ossos robustos”, disse Persons. 

Ele afirma que ainda há muito o que se descobrir sobre os plesiossauros. “Plesiossauros foram distribuídos globalmente e por um longo período de tempo. Suspeito que conhecemos apenas uma pequena fração de todas as espécies de plesiossauro que já existiram”.

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