Na madrugada desta segunda-feira (3), o Observatório Heller & Jung, localizado em Taquara, região metropolitana de Porto Alegre, registrou a passagem de um meteoro do tipo bólido sobre o Rio Grande do Sul

De acordo com o responsável pelo observatório, o professor Carlos Fernando Jung, diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON) na região Sul, ele ingressou na atmosfera às 2h26 (pelo horário de Brasília) sobre o município de Capão da Canoa, litoral norte do estado.

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Jung explica que o bólido pode fazer parte da chuva de meteoros October Gamma Puppids (informação a ser confirmada), e sua magnitude de -9 é a maior já registrada este ano. O bólido entrou em nossa atmosfera a cerca de 107 km de altitude e explodiu a 81,8 km, em uma passagem de aproximadamente de cinco segundos.

Quanto mais negativa a taxa de magnitude, mais luminoso é o fenômeno ou corpo celeste. Para efeito de comparação, Vênus brilha a -5 e a lua cheia a -13.

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As imagens foram captadas por uma câmera posicionada em direção ao zênite – termo técnico da astronomia que designa o ponto interceptado por um eixo vertical traçado a partir da cabeça de um observador até a esfera celeste. “Como se a gente olhasse 100% para cima”, simplifica Jung.

Registros feitos por outras câmeras foram reunidos na plataforma Clima ao Vivo e mostram a passagem do fenômeno sobre cidades diversas da região Sul: Canoas (RS), Florianópolis (SC), Timbé do Sul (SC), Chapecó (SC), Criciúma (RS), Tangará (SC) e Caxias do Sul (RS).

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O que é um meteoro bólido?

Eventualmente, temos notícias sobre o surgimento de fenômenos luminosos rasgando os céus pelo mundo. Esses eventos são chamados muitas vezes de meteoros, outras vezes de asteroides ou de cometas. No entanto, esses nomes designam coisas diferentes (e você pode saber mais sobre essas diferenças aqui).

No caso dos meteoros, quando uma rocha espacial (meteoroide) atinge a atmosfera da Terra a altíssimas velocidades, mesmo fragmentos tão pequenos quanto um grão de areia são capazes de aquecer instantaneamente os gases atmosféricos, gerando um fenômeno luminoso, que é o que os astrônomos classificam como meteoro. 

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“Assim, os meteoros são apenas esses eventos luminosos, nada mais. Meteoro não é sólido, não é líquido nem gasoso, é apenas luz”, explica o colunista do Olhar Digital Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), diretor técnico da  Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON) e coordenador regional (Nordeste) do Asteroid Day Brasil. “Popularmente, também são chamados de estrelas cadentes”.

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A depender de sua intensidade e comportamento, um meteoro pode ser classificado como um fireball (bola de fogo) ou um bólido. Enquanto o primeiro, como o próprio nome indica, é uma esfera grande e brilhante; o segundo, também muito luminoso, deixa uma trilha ionizada duradoura, explodindo no final. 

De qualquer forma, eles são inofensivos. Na maioria das vezes, o meteoroide é completamente vaporizado durante sua passagem pela atmosfera. Dependendo de determinadas condições, como tamanho, composição e ângulo de entrada, pequenas partes da rocha espacial podem resistir ao processo, deixando fragmentos em solo, que são chamados de meteoritos.

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