Mais de 60 anos após a descoberta de três misteriosos esqueletos em uma cripta medieval na Escócia, pesquisadores estão usando a ciência forense e tecnologias avançadas para recriar os rostos dessas pessoas em formato 3D.

O projeto tem como objetivo realizar um mergulho profundo no estilo de vida, dietas e na saúde nos habitantes do local onde os esqueletos foram encontrados, Whitnon Priory, uma das primeiras comunidades cristãs da Escócia.

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A equipe de Chris Rynn, um antropólogo forense, está usando uma combinação de tecnologia e técnicas manuais para reconstruir os crânios das três pessoas, um sacerdote, uma jovem mulher e um bispo chamado Walter, que, segundo o Museu Nacional da Escócia, tornou-se o líder religioso da comunidade em 1209.

A modelagem em 3D

O seu primeiro passo foi fazer um escaneamento em 3D de cada crânio, em seguida, ele utilizou suas habilidades manuais. “Eu não queria que esses rostos se parecessem com esculturas digitais, então, quando chegou a hora de representar os músculos, eu os esculpi em cera para, em seguida, escanear esses modelos do mesmo modo que escaneei os crânios”, conta Rynn. “Eu os dei uma aparência realista ao adicionar texturas fotográficas, uma técnica que consiste na seleção de fotografias de várias pessoas com aparência similar à do modelo 3D, seguida pela projeção dessas fotografias sobre o crânio.”

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Reconstrução em 3D do rosto da jovem mulher escocesa | Crédito: Chris Rynn.

Por fim, o antropólogo usou a inteligência artificial para reanimá-los, possibilitando que esses modelos se movimentassem, piscassem e até sorrissem.

“O processo de trabalhar com os crânios foi muito interessante porque o crânio do sacerdote – o homem com o lábio leporino – é o mais assimétrico com o qual eu já me deparei”, afirma Rynn. “Já o da jovem mulher é o mais simétrico com o qual eu já trabalhei.”

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“Ver essas três pessoas que viveram há tantos séculos é uma oportunidade formidável de entendermos nossa história e ancestralidade”, declara Julia Muir-Watt, gerente de desenvolvimento do Whithorn Trust, fundo que financiou o projeto. “É sempre desafiador imaginar como era a vida nos tempos medievais, e essas reconstruções são uma maneira brilhante de nos aproximarmos dessas pessoas do nosso passado, de suas identidades, cotidianos, suas esperanças e crenças.”

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