*André Lucena, de Berlim

É impossível falar de Berlim sem lembrar do muro que dividiu a Alemanha após a Segunda Guerra Mundial. E o incrível é como, depois da queda do Muro de Berlim em novembro de 1989, a capital conseguiu se reerguer e se tornar referência em tecnologia.

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Tanto é que, de acordo com o estudo Mobility Futures, Berlim é líder mundial em mobilidade urbana. A metrópole também ficou em 12ª entre 500 no Índice de Cidades Inovadoras de 2019 e é uma das três cidades europeias líderes em inovação.

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Um dos exemplos de sucesso é o programa ‘BeMobilty’, que incentiva a eletromobilidade no centro de Berlim como uma combinação de acionamento alternativo e uso coletivo. São aproximadamente 15 estações com infraestrutura de carregamento para veículos elétricos e híbridos.

Sustentabilidade urbana

A tecnologia também é usada para salvar árvores em Berlim. O aplicativo “Regue a Vizinhança” (em português), desenvolvido pelo CityLAB Berlin, um centro de pesquisa e desenvolvimento financiado por instituições públicas, identifica mais de 600 mil árvores pela cidade. São todos os tipos de detalhes para que a população saiba da importância das árvores e ajude a cuidar e plantar elas.

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Já o principal aeroporto da cidade na década de 1970, Berlim-Tegel, que caiu em desuso e foi fechado em 2020, se transformará em uma cidade residencial inteligente com aproximadamente 5 mil residências, um campus universitário e um centro de inovação para empresas.

Berlin TXL
Imagem: Berlin TXL/Divulgação

A construção está em andamento e tem conclusão prevista para o final da década de 2030. O projeto apelidado de Berlin TXL custará US$ 7,9 bilhões (R$ 41,1 bilhões) e foi encomendado pelo Estado de Berlim.

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A cidade inteligente produzirá e consumirá toda a sua própria energia e a circulação de carros será proibida, incentivando o uso de bicicletas, e-bikes e scooters elétricas. O Terminal A hexagonal do antigo aeroporto será utilizado pela Universidade BHT (Universidade de Ciências Aplicadas e Tecnologia de Berlim). Já o Terminal B se tornará um centro de startups com centro de conferências e showrooms, e o Terminal D um hub com laboratórios.

Todo o complexo servirá como um laboratório para testar novas tecnologias de mobilidade.

Cidade-esponja

O bairro Siemensstadt, localizado no lado onde Estados Unidos, França e Reino Unido comandavam a cidade que foi dividida ao meio e separada pelo Muro de Berlim durante a Guerra Fria, será transformado em um bairro inteligente pela Siemens e terá um milhão de metros quadrados de área bruta. O novo ambiente residencial e de trabalho será composto por uma mistura de edifícios modernos e históricos, e usará energia 100% limpa.

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O conceito de cidade-esponja também será aplicado. Ou seja, a água da chuva será absorvida pelo solo e reaproveitada. O local ainda terá uma baixa densidade de carros, distâncias curtas e uma conexão direta de metrô. E o melhor, 100% acessível para deficientes, idosos e pessoas com problemas de locomoção.

A previsão é que o bairro inteligente fique 100% pronto em 2035 e o custo da primeira etapa do projeto gire em torno de 3,4 bilhões de euros (cerca de R$ 17,2 bilhões).

Siemensstadt
Siemensstadt. Imagem: Siemens/Divulgação

Isso tornará o Siemensstadt um dos Zukunftsorte de Berlim, como são chamados os campi de inovação, que são centrais para o compromisso da cidade de atrair startups e líderes do setor. Não à toa a capital da Alemanha ficou em 12ª entre 500 no Índice de Cidades Inovadoras de 2019 e é uma das três cidades europeias líderes em inovação.

Projetos como o do bairro Siemensstadt serão cruciais para que Berlim alcance sua meta de neutralidade climática até 2045. Importantíssimo para nosso planeta já que as cidades respondem por cerca de 70% das emissões globais de carbono e consomem dois terços da energia mundial.

Siemensstadt
Siemensstadt. Imagem: Siemens/Divulgação

Para se ter uma dimensão da grandiosidade do projeto, serão cerca de 420 mil metros quadrados de escritórios modernos para a Siemens, outras empresas de tecnologia e startups, 2.700 apartamentos para cerca de 6 mil pessoas viverem no local, além de um campus de pesquisa de 89 mil metros quadrados e um espaço para 20 mil empregos adicionais.

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