Aparentemente, o buraco na camada de ozônio se tornou um problema menos urgente nesses últimos anos, mesmo em seu terceiro ano consecutivo de crescimento sobre a Antártida. Os cientistas alegam que, apesar desse aumento de diâmetro – aproximadamente 26,4 milhões de quilômetros quadrados -, o buraco ainda está em uma tendência de queda no geral.

O cientista-chefe do Centro de Voo Espacial Goddard da NASA, Paul Newman, declarou à Associated Press, que “todos os dados dizem que [a camada de] ozônio está se consertando”. De acordo com informações da agência, o buraco na camada de ozônio foi observado pela primeira vez no início da década de 1980 e atingiu sua maior extensão em 2006.

publicidade

O ozônio, principal elemento da camada que circunda a Terra, é composto por três átomos de oxigênio e se forma na estratosfera. Quando a incidência de raios ultravioleta (UV) divide moléculas de oxigênio (O₂), cada átomo de oxigênio instável e livre (O), na atmosfera, vai em busca de estabilidade, por isso ocorre uma ligação covalente dativa entre esse átomo e uma molécula de oxigênio (O₂), formando o ozônio (O₃).

Leia mais:

publicidade

A camada de ozônio é muito importante para a manutenção das condições de habitabilidade do planeta, já que ela atua de forma semelhante a uma manta que se estende por todo o globo e absorve radiação ultravioleta (UV) oriunda do Sol. Com o aumento das atividades industriais humanas, que emitem substâncias como clorofluorcarbonetos (CFC), utilizados na refrigeração e em ar-condicionados, a estrutura da camada de ozônio foi sendo desestabilizada.

Os cientistas descobriram o buraco sobre a Antártida no início da década de 1980. E por mais que a camada seja criada e destruída naturalmente, a presença desses poluentes acentua a sua destruição e não oferece tempo hábil para que ela se recomponha. Na estratosfera, moléculas de cloro reagem com ozônio para criar uma molécula de monóxido de cloro (composta por um átomo de cloro e um átomo de oxigênio) e uma molécula de O₂. Em seguida, a molécula de monóxido de cloro se quebra, liberando aquele átomo de cloro para reagir com mais ozônio.

publicidade

Alto poder destrutivo da camada de ozônio pelos CFC

Segundo a Agência de Proteção Ambiental, um átomo de cloro pode destruir 100.000 moléculas de ozônio antes que essa molécula de cloro seja removida da atmosfera. Essas substâncias nocivas podem ficar na atmosfera por muito tempo, algumas chegam a ficar por mais de seis meses.

Ainda na entrevista para a Associated Press, Newman pontuou que “a tendência geral é de melhora. Está um pouco pior este ano porque estava um pouco mais frio”. Uma estratosfera fria é o ambiente ideal de atuação desses produtos químicos deletérios.

publicidade

No inverno da Antártida, a estratosfera fica fria o suficiente para que os cristais de gelo das nuvens forneçam uma superfície na qual o cloro, por exemplo, pode reagir com ozônio. Até as temperaturas se elevarem em nível suficiente para barrar a atuação desses elementos, diversas reações químicas destrutivas já ocorreram.

Acordos globais como o Protocolo de Montreal, que regula a produção e o consumo de substâncias que esgotam o ozônio, ajudaram a reparar o buraco de ozônio. No início deste ano, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) informou que as substâncias que esgotam o ozônio na atmosfera diminuíram em 50% desde 1980. O relatório também observou que, se essa tendência de queda continuar, a camada de ozônio poderá ser totalmente reparada até 2070.

Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!