Cientistas do Reino Unido desenvolveram um novo método para avaliar os impactos de substâncias que ameaçam a recuperação da camada de ozônio.

Descrita em um artigo publicado nesta quarta-feira (24) na revista Nature, a técnica é chamada de métrica de esgotamento integrado do ozônio (IOD), e representa uma ferramenta útil para formuladores de políticas ambientais e pesquisadores.

publicidade
Buraco na camada de ozônio sobre a Antártica. Imagem: ESA

Segundo seus idealizadores, o método IOD foi projetado para fornecer uma maneira simples de medir os efeitos das emissões não regulamentadas de substâncias que esgotam a camada de ozônio e avaliar a eficácia das medidas de proteção dessa região da estratosfera.

Também chamada de ozonosfera, a camada de ozônio age como uma importante barreira de proteção contra a maioria dos raios ultravioletas prejudiciais do Sol.

publicidade

Gases que esgotam o ozônio, como clorofluorcarbonetos (CFCs), foram eliminados gradualmente sob o Protocolo de Montreal — um tratado internacional de proteção à camada de ozônio. No entanto, violações ilegais têm colocado em cheque sua eficácia.

Para indicar o impacto de quaisquer novas emissões na camada de ozônio, o IOD considera três fatores: a força da emissão, quanto tempo ela permanecerá na atmosfera e quanto o ozônio é quimicamente destruído por ela.

publicidade

Equipe usou modelo computacional da química da atmosfera terrestre

Essa nova técnica foi desenvolvida por pesquisadores do Centro Nacional de Ciência Atmosférica da Universidade de Cambridge e do Centro Nacional de Observação da Terra na Universidade de Leeds.

“Seguindo o Protocolo de Montreal, estamos agora em uma nova fase — avaliando a recuperação da camada de ozônio”, disse John Pyle, professor do Departamento de Química de Cambridge, principal autor do estudo e um dos cientistas que ajudaram a criar o Protocolo de Montreal. “Esta nova fase exige novas métricas, como o esgotamento integrado do ozônio, que chamamos de IOD. Nossa nova métrica pode medir o impacto das emissões independentemente do seu tamanho”. 

publicidade

Ele explica que sua equipe usou um modelo computacional da química atmosférica, conseguindo demonstrar uma relação linear simples entre o IOD, o volume das emissões e a vida útil dos produtos químicos. “Então, com o conhecimento da vida útil dos produtos químicos, é simples de calcular o IOD, tornando esta uma excelente métrica tanto para a ciência quanto para a política”, disse Pyle.

Segundo o cientista, “o IOD será muito útil para monitorar a recuperação do ozônio e especialmente relevante para os reguladores que precisam eliminar gradualmente substâncias com potencial para destruir quimicamente o ozônio”.

Leia mais:

Segundo o site Phys, a matriz computacional da atmosfera usada pelos cientistas, chamada Modelo de Química e Aerossóis do Reino Unido (UKCA), foi desenvolvido pelo Centro Nacional de Ciência Atmosférica junto com a agência de meteorologia espacial britânica Met Office para calcular projeções futuras de produtos químicos importantes, como o ozônio na estratosfera.

“No modelo UKCA, podemos realizar experimentos com diferentes tipos e concentrações de CFCs e outras substâncias que esgotam o ozônio”, disse o coautor do estudo Luke Abraham, doutor em Física e professor na Universidade de Cambridge. “Podemos estimar como os produtos químicos na atmosfera mudarão no futuro e avaliar seu impacto na camada de ozônio ao longo do próximo século”.

Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!