Uma pequena caixa de 10 cm entrará para a história como o menor instrumento de radar a ser pilotado no espaço – e o primeiro do tipo a sondar o interior de um asteroide. 

Seu alvo será Dimorphos, a rocha espacial que na noite de 26 de setembro teve sua órbita desviada após a colisão bem-sucedida da missão DART (sigla em inglês para Teste de Redirecionamento de Asteroide Duplo), da NASA.

publicidade
Instrumento JuRa, da missão HERA, projetada pela Agência Espacial Europeia (ESA) para examinar as consequências da deflexão do asteroide Dimorphos pela missão DART, da NASA. Imagem: Equipe JuRA / UGA

Este instrumento de radar, conectado a um quarteto de antenas de 1,5 m de comprimento, fará parte do CubeSat Juventas, que, por sua vez, será lançado para Dimorphos a bordo da missão Hera, da Agência Espacial Europeia (ESA).

Prevista para ser lançada dentro de dois anos, a espaçonave Hera foi projetada para fazer uma avaliação in loco das consequências do impacto de DART, coletando informações-chave como o tamanho da cratera formada, a massa de Dimorphos, bem como sua composição e estrutura interna. 

publicidade

Embora nem Dimorphos nem seu companheiro maior, Didymos, estivessem em rota de colisão com a Terra, o procedimento foi um teste de defesa planetária de um sistema que poderá, eventualmente, nos proteger do ataque de outro asteroide que possa oferecer algum risco em potencial. 

Segundo comunicado da ESA, os dados da missão Hera ajudarão a compreender o experimento de deflexão DART, para que a técnica possa ser repetida se um dia for realmente necessário.

publicidade

Leia mais:

Além do CubeSat Juventas, que hospeda o minirradar JuRa, a espaçonave carregará também um instrumento chamado Milani, que será responsável por examinar a composição da superfície e a poeira de Dimorphos.

publicidade

JuRa é uma versão miniaturizada do radar lançado a bordo da missão Rosetta da ESA, que foi usado para sondar sob a superfície negra do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko. 

Construído pela empresa EmTronix, em Luxemburgo, o instrumento foi desenvolvido em conjunto por pesquisadores do Instituto de Planetologia e Astrofísica de Grenoble (IPAG), na Universidade Grenoble Alpes (França), e da Universidade Técnica de Dresden (Alemanha).

Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!