Há duas semanas, a SpaceX anunciou que o primeiro turista espacial da história, Dennis Anthony Tito, vai retornar ao espaço com a Starship, em uma viagem para os arredores da Lua.

Ele entrou para a história como a primeira pessoa a pagar pelo privilégio de voar para além da Terra, quando desembolsou nada menos do que US$20 milhões (o equivalente a cerca de R$106 milhões, na cotação atual) para embarcar na nave russa Soyuz TM-32 rumo à Estação Espacial Internacional (ISS), em 28 de abril de 2001. 

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Depois disso, outros turistas espaciais já tiveram a chance de observar nosso planeta de longe, flutuar em microgravidade e se sentir quase como um verdadeiro astronauta. 

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Os primeiros precisavam “pegar carona” em missões científicas, principalmente a bordo de foguetes russos Soyuz, como foi o caso de Tito. No entanto, com o interesse pela modalidade crescendo cada vez mais, algumas empresas vêm se especializando nesse tipo de passeio “astronômico”.

Dennis Tito na Estação Espacial Internacional (ISS), ao lado do cosmonauta russo Yuri Baturin e do astronauta canadense Chris Hadfield, seus companheiros da missão que o transformou no primeiro turista espacial do mundo, em 2001. Imagem: NASA

É o caso da Blue Origin, fundada pelo bilionário norte-americano Jeff Bezos, e da Virgin Galactic, do britânico Richard Branson. Ambos, inclusive, já tiveram o gostinho de viver essa experiência – junto a clientes pagantes (quase todos, bilionários).

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Esse “quase” se deve ao fato de que alguns tiveram seus acentos patrocinados, foram convidados ou, simplesmente, agraciados em sorteio – como aconteceu com o único representante do Brasil no hall dos turistas espaciais, Victor Corrêa Hespanha, que voou pela Blue Origin em junho deste ano após ser contemplado em uma promoção realizada por uma agência internacional de criptoativos.

Victor Hespanha, segundo brasileiro a ir ao espaço
Victor Hespanha é o segundo brasileiro a ir ao espaço, depois do ex-astronauta Marcos Pontes, e o primeiro turista espacial do país. Reprodução/Twitter/Crypto Space Agency

Ir para o espaço requer alto investimento

Desconsiderando os “privilegiados dos privilegiados”, a maioria tem mesmo que pôr a mão no bolso se quiser desfrutar dessa sensação única. Então, quanto custa ir para o espaço?

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Das empresas privadas que oferecem o serviço de turismo espacial, merecem destaque as três já anteriormente citadas: Virgin Galactic, Blue Origin e SpaceX (embora as duas últimas não sejam exclusivamente dedicadas às viagens a passeio).

Cápsula Netuno, da Space Perspective, que levará turistas à “beira do espaço” sustentada por um balão. Imagem: Divulgação – Space Perspective

Existem também algumas que oferecem excursões de balão até a estratosfera – que está bem longe dos 100 km que demarcam o limite entre a Terra e o espaço, a chamada Linha de Kármán (que representa, de fato, a “fronteira final”). 

Mas, claro, não deixa de ser um passeio emocionante, que proporciona visões incríveis e promete ser uma viagem inesquecível. Nesse ramo, temos como opções a Space Perspective e a World View Enterprises.

Para aqueles que puderem investir US$50 mil (aproximadamente, R$266 mil), essas seriam as melhores opções – que ainda não estão disponíveis, mas já estão aceitando reservas.

Se você não se importa em não chegar ao espaço propriamente dito nem flutuar em microgravidade, ficando satisfeito em contemplar a curvatura da Terra, essa modalidade é significativamente mais em conta do que os voos oferecidos por qualquer outra grande empresa de turismo espacial.

Quem fizer questão de voar mais longe e decidir fazer isso pela Virgin Galactic, o mínimo a se pagar é US$250 mil – o equivalente a cerca de R$1,3 milhão na cotação atual. E, para isso, você ainda terá de pagar US$1 mil (R$5,33 mil) para entrar para a fila de espera, que já conta com grandes nomes, como Lady Gaga, Justin Bieber e até mesmo Elon Musk, dono da concorrente SpaceX. 

Já a Blue Origin ainda não divulgou o preço de um assento na New Shepard. Sabemos apenas que o primeiro lugar na missão NS-16 – aquela que levou Bezos e seu irmão Mark – foi leiloado e arrematado por um comprador não identificado por US$28 milhões (pouco mais de R$149 milhões), e que acabou nem embarcando por conflitos de agenda. Lembrando que as viagens oferecidas tanto pela Virgin Galactic quanto pela Blue Origin são do tipo “bate-volta”, ou seja, são voos suborbitais, que não circundam a Terra nem se estendem pelo espaço.

Lançamento de um foguete New Sheapard, da Blue Origin
O foguete New Shepard é o veículo usado pela Blue Origin para as viagens ao espaço suborbital. Imagem: Blue Origin

A primeira viagem comercial totalmente privada feita pela SpaceX para a ISS foi lançada em abril deste ano, em parceria com a startup texana Axiom Space. Os quatro tripulantes viajaram a bordo de uma cápsula Crew Dragon, impulsionada por um foguete Falcon 9.

À exceção de Michael López-Alegría, funcionário da Axiom e ex-astronauta da NASA, os outros três pagaram para participar do voo, desembolsando US$55 milhões cada (cerca de R$ 293 milhões), valor no qual estava incluso treinamento, lançamento e custos diários para a sobrevivência na ISS por 14 dias. Apesar de ter divulgado o valor desse voo inaugural, a SpaceX ainda não definiu o preço das passagens para voos futuros.

Obviamente, não basta ter dinheiro para conseguir o feito. Há certas exigências para que uma pessoa seja apta a viajar para o espaço, mesmo em missões meramente turísticas. Para conhecer esses critérios e muito mais sobre o assunto, acesse o guia de turismo espacial do Olhar Digital.

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