Um estudo publicado esta semana na revista PNAS descreve uma hipótese levantada por uma equipe internacional de cientistas, que diz que o campo magnético da Terra teria se formado a partir de um forte impacto com outro corpo rochoso.

Novo estudo diz que o campo magnético da Terra tem sua origem em um impacto interplanetário ocorrido há 4,5 bilhões de anos. Imagem: Bruce Rolff – Shutterstock

Segundo a abordagem, a Terra provavelmente não foi golpeada por um asteroide, mas sim por um protoplaneta do tamanho de Marte. E esse acidente, ocorrido há 4,5 bilhões de anos, pode ter implicado na maneira como nosso campo magnético se formou.

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“Teorias anteriores não haviam reconhecido essa conexão potencialmente importante”, disse o coautor David Hughes, matemático aplicado na Universidade de Leeds, no Reino Unido, em um comunicado.

A colisão interplanetária foi tão colossal que estilhaços lançados pelo choque formaram a Lua, de acordo com a “hipótese de impacto gigante” sobre a origem do nosso satélite natural. 

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Conforme destaca o site Space.com, a Terra produz seu campo magnético por meio de um processo geodinâmico que requer que um planeta gire a uma certa velocidade e tenha um fluido interior que possa conduzir eletricidade, entre outras propriedades. O núcleo externo de ferro fundido da Terra é onde ocorre a conversão para energia elétrica e magnética.

Autossustentável e cíclico, o campo magnético induz correntes elétricas, que, por sua vez, estimulam o magnetismo. Como esse processo começou, no entanto, ainda é mal compreendido. 

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Em seu artigo, os autores dizem que essas são questões-chave que devem ser trabalhadas em pesquisas futuras para restringir se o forte campo já existia antes ou se surgiu depois do impacto:

  • Quais são as condições sob as quais o acréscimo de disco leva à formação de um protoplaneta fortemente magnetizado?
  • Que tipos de impacto deixaria um núcleo líquido fortemente magnetizado? 
  • A remoção da crosta e/ou manto por um impacto gigante poderia criar as condições para uma convecção vigorosa no núcleo?
  • As instabilidades impulsionadas pela rápida perda de momento angular (perda de velocidade rotacional) podem levar a uma forte magnetização do núcleo?

Como dito, o campo está ligado à rotação relativamente rápida da Terra (de 24 horas), o que é fundamental para manter o magnetismo vivo. O dínamo só funciona se for mantido, disseram os pesquisadores, e não pode reiniciar devido a restrições físicas no interior da Terra. 

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Não está claro, no entanto, se o dínamo foi causado pelo impacto ou se a rotação da Terra o criou no início dos tempos, sendo forte o suficiente para resistir ao impacto. 

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“É essa característica notável [da persistência do dínamo] que nos permite fazer deduções sobre a história da Terra primitiva — incluindo, possivelmente, como a Lua foi formada”, disse o autor principal Fausto Cattaneo, astrofísico da Universidade de Chicago, nos EUA.

Os autores acrescentaram que manter essa restrição de dínamo em mente pode ajudar os futuros pesquisadores a determinar o tempo do campo magnético da Terra para antes ou depois do impacto.

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