Lançado em 2013, o trio de satélites Swarm, da Agência Espacial Europeia (ESA), tem sido usado para entender exatamente como o campo magnético da Terra é gerado, medindo precisamente os sinais que provêm não apenas do núcleo do planeta, mas também do manto, crosta e oceanos, bem como da ionosfera e da magnetosfera. 

Praça Solbjerg, em Copenhague, na Dinamarca. Trinta alto-falantes escavados no chão transmitem o som do campo magnético da Terra em três horários do dia, entre 24 e 30 de outubro. Imagem: Jens Gyldenkærne Clausen – Crative Commons

Um projeto desenvolvido pela agência, em parceria com a Universidade Técnica da Dinamarca, conseguiu captar os sons que o campo magnético emite. “A equipe usou dados dos satélites Swarm da ESA, bem como outras fontes, e usou esses sinais magnéticos para manipular e controlar uma representação sônica do campo central”, explicou Klaus Nielsen, músico da universidade e apoiador da iniciativa. “O projeto certamente tem sido um exercício gratificante para unir arte e ciência”.

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Segundo Nielsen, a equipe criou um sistema de som composto por mais de 30 alto-falantes escavados no chão na Praça Solbjerg, em Copenhague. “Nós o montamos para que cada alto-falante represente um local diferente na Terra e demonstre como nosso campo magnético tem flutuado nos últimos 100 mil anos”.

Ao longo desta semana, de 24 a 30 de outubro, quem passar pelo local poderá ouvir o incrível estrondo do nosso campo magnético, em três momentos diferentes do dia: às 8h, às 13h e às 19h, pelo horário local.

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De acordo com um comunicado da ESA, a intenção, é claro, não é amedrontar as pessoas (embora os ruídos sejam assustadores). “É uma maneira peculiar de nos lembrar que o campo magnético existe e, embora seu barulho seja um pouco irritante, a existência de vida na Terra depende disso”.

Além do barulho do campo magnético da Terra, também é possível escutar, ao fundo, os estrondos causados por uma tempestade geomagnética resultante de uma explosão solar ocorrida em 3 de novembro de 2011. Ouça:

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O campo magnético da Terra é uma espécie de bolha complexa e dinâmica que nos mantém protegidos da radiação cósmica e de partículas carregadas transportadas por ventos poderosos que fluem do Sol. 

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Quando essas partículas colidem com átomos e moléculas – principalmente oxigênio e nitrogênio – na atmosfera superior da Terra, parte da energia nas colisões é transformada na luz verde-azul típica das auroras polares boreal (as luzes do Norte) e austral (no Sul).

Nosso campo magnético é produzido em grande parte por um oceano de ferro líquido superaquecido que compõe o núcleo externo cerca de 3000 km abaixo da superfície. Atuando como se fosse um condutor giratório em um dínamo de bicicleta, ele cria correntes elétricas, que, por sua vez, geram nosso campo eletromagnético.

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