Nesta terça-feira (8), os observadores do céu noturno têm uma ótima razão para contemplar a imensidão do firmamento. Isso porque, dando continuidade à sua “turnê mensal” de novembro pelos planetas, a Lua vai passar por Urano. E para deixar tudo ainda mais especial, isso vai acontecer no mesmo dia do último eclipse lunar total de 2022.

Configuração dos astros no momento em que o par Lua e Urano atinge o ponto mais alto no céu nesta terça-feira (8), às 23h50 (pelo horário de Brasília). Imagem: Stellarium

De acordo com o site Space.com, o eclipse começará às 5h10 da manhã e deve terminar por volta de 1h30min depois. (Todos os horários aqui mencionados têm como referência o fuso de Brasília).

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Por ser um eclipse lunar total, já que o nosso satélite ficará totalmente tomado pela sombra da Terra (que estará entre ela e o Sol), o evento também é conhecido como “Lua de Sangue”.

O eclipse total será visível no Brasil apenas a partir do Acre. No restante da região norte, haverá um eclipse parcial (aquele em que apenas parte da Lua é coberta pela umbra). Na maioria dos estados das regiões nordeste, centro-oeste, sudeste e sul do Brasil será possível ver apenas o chamado “eclipse penumbral”, que ocorre quando a Lua não alcança a umbra, e a sombra da Terra nela projetada é bem fraca. Clique aqui para saber quais coberturas ao vivo vão fazer a transmissão do evento em tempo real pela internet.

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Saiba mais sobre a conjunção entre a Lua e Urano

Horas mais tarde, nosso satélite natural vai compartilhar a mesma ascensão reta com o penúltimo planeta do Sistema Solar, aparecendo muito próximo a ele no céu em um fenômeno conhecido como conjunção astral. 

No Brasil, a dupla se tornará visível por volta das 18h57, quando atingir uma altitude de 7° acima do horizonte oriental. Eles então alcançarão seu ponto mais alto no céu às 23h50, a 50° acima do horizonte norte.

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De acordo com o site In-The-Sky.org, a Lua estará com magnitude de -12.6, e Urano com uma taxa de 5.7, ambos na constelação de Áries. Embora a distância mínima entre os corpos seja de menos de 0,5º, o par não estará próximo o bastante para caber dentro do campo de visão de um telescópio, mas será visível a olho nu ou com um par de binóculos.

Ainda segundo o guia astronômico, a dupla estará em uma separação angular de 179° do Sol, que está em Libra nesta época do ano.

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O que é a ocultação lunar de Urano?

Ocultações lunares só são visíveis de uma pequena fração da superfície da Terra. Como a Lua está muito mais perto do nosso planeta do que outros objetos celestes, sua posição no céu difere dependendo da localização exata do observador na Terra devido à sua grande paralaxe (diferença na posição aparente de um objeto em relação a um plano de fundo, tal como visto por observadores em locais distintos ou por um observador em movimento). 

A posição da Lua vista de dois pontos em lados opostos da Terra pode variar em até dois graus, ou quatro vezes o diâmetro da lua cheia.

Isso significa que se a Lua estiver alinhada para passar na frente de um objeto específico para um observador posicionado em um lado da Terra, ela aparecerá até dois graus de distância desse objeto do outro lado do globo.

Mapa mostra as regiões do planeta de onde será possível observar a ocultação lunar de Urano. Imagem: In-The-Sky.org

No mapa acima, contornos distintos mostram onde o desaparecimento de Urano é visível (em vermelho) e onde será possível testemunhar seu reaparecimento (em azul). Os riscos sólidos exibem onde cada evento provavelmente será visível através de binóculos a uma altitude razoável no céu. 

Os contornos pontilhados, por sua vez, indicam onde cada evento ocorre acima do horizonte, mas pode não ser visível devido ao céu estar muito claro ou a Lua muito perto do horizonte.

Fora dos contornos (que é o caso do Brasil), a Lua não passa na frente de Urano em nenhum momento, ou está abaixo do horizonte no momento da ocultação.

Leia mais:

Depois de “visitar” Saturno, Júpiter e Urano, os próximos planetas a receber a visita da Lua este mês serão Marte (11) e novamente Saturno (29). Essa série de conjunções ocorre em razão de o nosso satélite natural orbitar a Terra aproximadamente no mesmo plano em que os planetas orbitam o Sol, chamado plano da eclíptica.

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