Auroras rosadas extremamente raras aparecem após rachadura no campo magnético da Terra

Uma tempestade solar de classe G-1 provocou uma rachadura no campo magnético da Terra, gerando auroras cor-de-rosa
Flavia Correia07/11/2022 16h09, atualizada em 07/11/2022 16h44
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Imagem: PaoloBruschi - Shutterstock
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Uma explosão de auroras cor-de-rosa extremamente raras recentemente iluminou o céu noturno sobre a Noruega depois que uma tempestade solar abriu uma rachadura no campo magnético da Terra. A fenda permitiu que partículas solares altamente energéticas penetrassem mais fundo na atmosfera do que o normal, desencadeando as luzes coloridas incomuns.

De acordo com o site Spaceweather.com, cientistas detectaram a rachadura no campo magnético da Terra depois que uma pequena tempestade solar de classe G-1 atingiu o planeta.

Registro feito por Markus Varik, guia turístico da empresa norueguesa Greenlander, mostra raríssima aurora cor-de-rosa. Imagem: Markus Varik/Greenlander

O impressionante fenômeno foi registrado na última quinta-feira (3) por um grupo liderado por Markus Varik, um guia turístico de auroras boreais da agência de passeios norueguesa Greenlander. Segundo informado por Varik ao site Live Science, as luzes vibrantes cor-de-rosa surgiram por volta das 18h (pelo horário local) e duraram cerca de dois minutos. “Essas foram as auroras cor-de-rosa mais fortes que vi em mais de uma década de turnês dedicadas”, disse o guia. “Foi uma experiência de humildade”.

Auroras são formadas quando fluxos de partículas carregadas altamente energéticas, conhecidas como ventos solares, passam ao redor da magnetosfera. O campo magnético do planeta nos protege da radiação cósmica, mas o escudo é naturalmente mais fraco nos Polos Norte e Sul, o que permite que o vento solar deslize pela atmosfera — geralmente entre 100 e 300 km acima da superfície da Terra. 

À medida que as partículas solares passam pela atmosfera, elas superaquecem gases, que então brilham de maneira vibrante no céu noturno. Normalmente, as auroras parecem verdes, porque os átomos de oxigênio, que são abundantes na parte da atmosfera que o vento solar geralmente atinge, emitem essa tonalidade quando são excitados. 

No entanto, durante a mais recente tempestade solar, a rachadura na magnetosfera da Terra permitiu que o vento solar penetrasse abaixo de 100 km, onde o nitrogênio é o gás mais abundante, de acordo com o Spaceweather.com.

Como resultado, as auroras emitiram um brilho rosa neon enquanto as partículas sobrecarregadas se esmagam principalmente em átomos de nitrogênio. “A rachadura na magnetosfera da Terra também ajudou a gerar fortes auroras verdes durante toda a noite”, disse Varik.

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A fenda na magnetosfera fechou cerca de seis horas depois de abrir. Durante esse tempo, uma estranha fita de luz azul também emergiu nos céus acima da Suécia, onde permaneceu imóvel no céu por cerca de 30 minutos.

Ainda não se sabe se esse fenômeno também teve relação com a rachadura no campo magnético da Terra ou se tem outra origem desconhecida. Um especialista sugeriu que a fita poderia ter sido provocada por combustível congelado de um foguete russo, mas nenhuma espaçonave foi vista na área nos horários antecedentes ao evento.

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Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.