Mais uma vez, o lançamento da primeira missão do programa Artemis, que vai inaugurar uma nova era de exploração da Lua e do espaço profundo, foi reagendado. Na quinta-feira (3), a NASA anunciou que o complexo veicular Space Launch System (SLS), formado pelo propulsor de mesmo nome e a cápsula Orion, decolaria na próxima segunda (14), mas os planos mudaram novamente.

O megafoguete Space Launch System (SLS) posicionado na plataforma de lançamento LC-39B, do Centro Espacial Kennedy, antes de decolar rumo à Lua, o que deve acontecer na próxima quarta-feira (16). Imagem: NASA TV

O motivo agora tem relação com a tempestade tropical Nicole, que está caindo na costa atlântica da Flórida, onde fica o Centro Espacial Kennedy (KSC), local a partir do qual a missão será lançada. A agência, então, reprogramou o tão esperado evento para dois dias depois, na quarta-feira (16) – com o sábado (19) reservado como data de backup.

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Uma janela de duas horas se abre às 2h04 da manhã (pelo horário de Brasília). Se Artemis 1 realmente sair do chão nesse dia, a missão não tripulada terminará com um mergulho da cápsula Orion no oceano em 11 de dezembro.

“O ajuste da data de lançamento permitirá que a força de trabalho cuide das necessidades de suas famílias e casas e dará tempo logístico suficiente para voltar ao status de lançamento após a tempestade”, diz o comunicado da NASA emitido na noite de terça-feira (8).

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Originalmente, a missão Artemis 1 seria lançada em direção à Lua no fim de agosto, mas certas falhas foram constatadas, prorrogando a data-alvo em um mês. No entanto, o furacão Ian efervesceu no Atlântico, forçando a NASA a rolar o SLS da Plataforma de Lançamento 39B da KSC de volta ao enorme Edifício de Montagem de Veículos (VAB) da instalação no fim de setembro.

O megafoguete permaneceu no VAB por mais de um mês, enquanto os membros da equipe da missão realizavam uma variedade de trabalhos de reparo e manutenção. Na sexta-feira (4), o veículo voltou para a plataforma, onde permanecerá até que se finde a passagem de Nicole. É esperado que a tempestade atinja a Flórida no início da quinta-feira (10) como um furacão de categoria 1, segundo a CNN.

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“O foguete SLS foi projetado para suportar ventos de até 138 km/h no nível de 20 m com margem estrutural”, diz o comunicado da NASA. “As estimativas atuais preveem que os maiores riscos na plataforma são ventos fortes que não devem exceder o projeto SLS. O foguete foi projetado para suportar fortes chuvas na plataforma de lançamento, e as escotilhas são protegidas para evitar a intrusão da água”.

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Segundo o site Space.com, o Cabo Canaveral, onde fica o KSC, está atualmente em um estado de Condição de Furacão (HURCON) 3. A HURCON é uma escala de alerta usada pelas Forças Armadas dos EUA no Atlântico Norte e no Pacífico Norte para indicar o estado de emergência ou preparação para um furacão que se aproxima. 

Essa designação é especialmente importante para as instalações na região sul do Atlântico, pois é a mais afetada pelos furacões. No Pacífico Ocidental, onde os furacões são chamados de tufões, a escala é chamada de Condição de Prontidão do Ciclone Tropical (TCCOR). Um HURCON – ou TCCOR – pode ser emitido até 96 horas antes que um furacão atinja a instalação.

Desde 2021, a escala consiste em cinco níveis, com três subníveis adicionais para a fase HURCON 1. Na condição 3, que é o status atual do KSC, responsáveis pelo local ficam encarregados de proteger a propriedade e os equipamentos, além de oficializar uma “equipe de monitoramento”, que deve permanecer em alerta durante toda a tempestade para garantir que tudo corra bem.

Existe uma série de critérios climáticos determinados pela NASA para o lançamento da missão Artemis 1, que você pode conferir aqui.

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