No fim do mês de maio, o Telescópio Espacial James Webb foi atingido por pequenos meteoritos, conforme noticiado pelo Olhar Digital. Segundo a NASA, um dos 18 espelhos do observatório foi atingido, sofrendo um dano sem grandes proporções – que pode ser verificado nesta imagem.
Esse não foi o único incidente do tipo com o equipamento de mais de US$10 bilhões (mais de R$53 bilhões, na cotação atual). “Experimentamos 14 impactos mensuráveis de micrometeoroides em nosso espelho primário e estamos com uma média de um a dois por mês, conforme previsto”, disse o engenheiro de sistemas da missão Webb, Mike Menzel, em um comunicado.
Segundo Menzel, o incidente ocorrido em maio foi maior do que as expectativas e modelos de pré-lançamento, levantando preocupações da equipe. “No entanto, mesmo após tal evento, nosso desempenho óptico atual ainda é duas vezes melhor do que nossos requisitos”.
Embora essas colisões, no geral, estejam dentro da previsão e o telescópio tenha sido preparado para enfrentá-las, os cientistas optaram por ajustar sua órbita, como uma forma de evitar impactos mais graves.
A NASA convocou um grupo de especialistas em óptica e micrometeoroides da equipe Webb, do fabricante de espelhos do telescópio, do Instituto de Ciência dos Telescópios Espaciais (STScI) e do Escritório de Ambientes de Meteoroides para investigar a situação.
Após uma análise minuciosa, a equipe concluiu que o impacto observado em maio foi um evento estatisticamente raro, tanto em termos de energia quanto por ter atingido um local particularmente sensível no espelho primário.
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“Os micrometeoróides que atingem o espelho de frente (movendo-se em direção oposta àquela em que o telescópio está se movimentando) têm o dobro da velocidade relativa e quatro vezes a energia cinética, portanto, evitar essa direção quando viável ajudará a estender o desempenho óptico requintado por décadas”, disse Lee Feinberg, gerente de elementos ópticos do Webb.
Isso, segundo o comunicado da NASA, não significa que essas áreas do céu não possam ser observadas, apenas que as captações e análises desses objetos serão feitas com mais segurança em uma etapa diferente, quando o Webb estiver em outro local de sua órbita, a chamada zona de prevenção de meteoroides, que será implantada a partir do segundo ano científico do telescópio, o “Ciclo 2”.
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