Telescópio James Webb foi atingido por pelo menos 14 meteoritos

Todas as colisões de meteoritos detectadas pela equipe do Telescópio Espacial James Webb estão dentro do previsto, mas um impacto em específico acendeu um alerta vermelho
Por Flavia Correia, editado por Lucas Soares 21/11/2022 13h56, atualizada em 21/11/2022 14h28
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Imagem: Sergey Nivens - Shutterstock (fundo) - Pngwing (JWST) / Edição: Olhar Digital
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No fim do mês de maio, o Telescópio Espacial James Webb foi atingido por pequenos meteoritos, conforme noticiado pelo Olhar Digital. Segundo a NASA, um dos 18 espelhos do observatório foi atingido, sofrendo um dano sem grandes proporções – que pode ser verificado nesta imagem

Todos os 14 impactos de meteoritos detectados pela equipe do Telescópio Espacial James Webb estão dentro do previsto, mas um em específico acendeu um alerta vermelho. Imagem: Vadim Sadovski – Shutterstock (fundo) / Pngwing (JWST) / Edição: Olhar Digital

Esse não foi o único incidente do tipo com o equipamento de mais de US$10 bilhões (mais de R$53 bilhões, na cotação atual). “Experimentamos 14 impactos mensuráveis de micrometeoroides em nosso espelho primário e estamos com uma média de um a dois por mês, conforme previsto”, disse o engenheiro de sistemas da missão Webb, Mike Menzel, em um comunicado.

Segundo Menzel, o incidente ocorrido em maio foi maior do que as expectativas e modelos de pré-lançamento, levantando preocupações da equipe. “No entanto, mesmo após tal evento, nosso desempenho óptico atual ainda é duas vezes melhor do que nossos requisitos”.

Embora essas colisões, no geral, estejam dentro da previsão e o telescópio tenha sido preparado para enfrentá-las, os cientistas optaram por ajustar sua órbita, como uma forma de evitar impactos mais graves.

A NASA convocou um grupo de especialistas em óptica e micrometeoroides da equipe Webb, do fabricante de espelhos do telescópio, do Instituto de Ciência dos Telescópios Espaciais (STScI) e do Escritório de Ambientes de Meteoroides para investigar a situação.

Após uma análise minuciosa, a equipe concluiu que o impacto observado em maio foi um evento estatisticamente raro, tanto em termos de energia quanto por ter atingido um local particularmente sensível no espelho primário. 

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“Os micrometeoróides que atingem o espelho de frente (movendo-se em direção oposta àquela em que o telescópio está se movimentando) têm o dobro da velocidade relativa e quatro vezes a energia cinética, portanto, evitar essa direção quando viável ajudará a estender o desempenho óptico requintado por décadas”, disse Lee Feinberg, gerente de elementos ópticos do Webb.

Isso, segundo o comunicado da NASA, não significa que essas áreas do céu não possam ser observadas, apenas que as captações e análises desses objetos serão feitas com mais segurança em uma etapa diferente, quando o Webb estiver em outro local de sua órbita, a chamada zona de prevenção de meteoroides, que será implantada a partir do segundo ano científico do telescópio, o “Ciclo 2”. 

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Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.