Voos intergaláticos em escala de tempo humana ainda estão longe de serem realidade. O grande problema está nas distâncias em anos-luz. A mesma medida usada para descrever distâncias percorridas pela luz no período de um ano, levaria milhares de anos para serem feitas pela tecnologia humana atual. Entretanto, enquanto ainda é impossível alcançarmos velocidades relativísticas para fazermos viagens rápidas a sistemas solares vizinhos, pesquisadores da McGill University, no Canadá, têm estudado formas de viajar no espaço profundo de forma mais rápida, através do uso de um sistema baseado em uma forma de navegação milenar e que a humanidade conhece bem: velas.
As velas solares já são consideradas uma opção para viagens interplanetárias, ou até mesmo intergalácticas de forma mais rápida. Elas permitem que trajetos que levariam anos para serem feitos, levam apenas alguns meses. A tecnologia consiste em usar o próprio Sol como combustível para locomoção.
O funcionamento delas é muito parecido com as velas de embarcações navais, só que usando ventos solares. O Sol libera partículas-ondas chamadas de fótons que viajam a velocidade da luz. Ao atingirem a vela, eles transmitem momento linear para ela, o que gera uma pressão. Isso faz ela se movimentar em uma velocidade de até 2% da velocidade da luz, ou seja 6000 km/s.
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Movimento a partir de íons de plasma
Mesmo sendo muito rápida, a tecnologia apresenta desvantagens. Um dos problemas é que as velas exigem estruturas enormes para conseguir capturar fótons o suficiente para mover uma embarcação espacial. Além disso, as velas precisam de materiais e a forma certa para atingir máxima capacidade e dissipar bem o calor. Entretanto, não são só fótons que o Sol emite, mas também plasmas de íons gerados pelo campo magnético solar. Mesmo que menos abundantes, eles podem gerar um impacto maior.
As velas que possibilitam a interação com os elétrons e prótons do plasma podem ser desenvolvidas de uma forma muito mais simples. Seria preciso apenas alguns metros de cabos para produzir um campo eletromagnético capaz de desviar dessas partículas carregadas. Ela funcionaria como a resistência na interação de pólos de um ímã.
Apesar de mais prática, esse tipo de vela gera muito menos velocidade do que as velas solares convencionais. Diferentes dos fótons que se movem na velocidade da luz essas partículas chegam próximas dos 700 km/s, 0,23% da velocidade da luz.
Mas isso não desanima os cientistas, segundo eles podemos usar a velas magnéticas para realizar voo dinâmico como os pássaros. Esse tipo de voo é característico por transitar entre correntes de ar de diferentes velocidades, ganhando impulso ao realizar tal ação. No caso das velas magnéticas um truque semelhante pode ser feito no “vento contrário” do choque de terminação, na borda do sistema solar. Usando esse métodos, os cientistas acreditam que velocidades superiores a das velas solares podem ser atingidas.
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