Embora Vênus não seja o planeta mais próximo do Sol, ele é o mais quente do nosso sistema solar, com uma superfície de temperatura média de quase 500 graus Celsius, o que, inquestionavelmente, é muito calor. Nada, no entanto, comparado a Janssen, um exoplaneta localizado a apenas 40 anos-luz da Terra, cuja temperatura é quatro vezes mais alta.

Novos dados levaram cientistas a desenvolver uma teoria de como esse “planeta infernal” teria surgido.

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Representação artística do “planeta de lava” Janssen orbitando sua estrela hospedeira. Imagem: Lucy Reading-Ikkanda/Simons Foundation

Com uma massa cerca de oito vezes maior que a do nosso planeta, esse mundo alienígena rochoso também chamado de 55 Cancri-e (ou 55 Cnc) é considerado uma superterra, mas suas condições de superfície não poderiam ser mais diferentes das que desfrutamos por aqui.

Janssen orbita sua estrela, chamada 55 Cancri ou Copérnico, a uma distância de apenas 2,4 milhões de quilômetros, fazendo com que seu ano tenha apenas 18 horas de duração. Para efeito de comparação, Mercúrio orbita a cerca de 58 milhões de km de distância do Sol. 

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Essa proximidade é o que torna 55 Cancri-e tão quente – o suficiente para que sua superfície seja um oceano de lava e para que seu interior seja preenchido com nada menos do que… diamantes.

Por causa da órbita curta, os astrônomos sempre tiveram dificuldade em estudar o planeta. No entanto, usando dados do novo Espectrômetro de Precisão Extrema (EXPRES) do Telescópio Lowell Discovery, no Observatório Lowell, localizado no estado norte-americano do Arizona, eles conseguiram determinar pela primeira vez o plano orbital de Janssen, o que permitiu elaborar uma teoria de como ele se formou.

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Diferentemente dos outros planetas do mesmo sistema, 55 Cancri-e orbita em torno do equador de Copérnico. Os pesquisadores acreditam que ele se formou inicialmente em um local mais distante – e, portanto, mais frio – e, mais tarde, foi puxado para sua órbita atual pela gravidade da estrela.

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“Aprendemos sobre como esse sistema multiplanetário – um dos sistemas com mais planetas que encontramos – chegou a seu estado atual”, disse Lily Zhao, astrofísica do Instituto Flatiron, em Nova York, e principal autora do novo estudo sobre as observações, publicado na quinta-feira (8) na revista Nature Astronomy.

Para Zhao, a pesquisa sobre Janssen poderia revelar novos dados sobre a formação e o movimento de sistemas planetários, o que, por sua vez, poderia ajudar os cientistas a determinar se a vida poderia ou não existir em outras partes do universo. 

E é exatamente isso que a equipe planeja investigar posteriormente. “Esperamos encontrar sistemas planetários semelhantes ao nosso e entender melhor os sistemas que conhecemos”, disse Zhao.

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