A terceira maior corretora de cripto do mundo quebrou. Seu token nativo foi a zero e causou um alvoroço gigante no mercado. Por isso, as empresas Binance e Alameda Research/FTX estiveram em pauta nas últimas semanas. Os personagens principais de toda essa história são seus proprietários: o CEO da Binance, Changpeng Zao, maior corretora de cripto do mundo; e o fundador da Alameda Research e CEO da FTX, concorrente direta da Binance, Sam Bankman-Fried.

Quer entender o que rolou? Segue o fio.

Tudo começou com um confronto. Outros CEOs das maiores exchanges estiveram trocando farpas com Sam Bankman-Fried, exaltando sua relação com reguladores dos Estados Unidos e tirando sarro da natureza “nômade” e anárquica de Changpeng Zao. Poucos dias depois, o site de notícias especializado em bitcoin e moedas digitais Coindesk mostrou que a Alameda Research e a FTX, ambas empresas de Sam, tinham graves problemas. O site apontou que 40% dos ativos do fundo de investimentos eram compostos por FTT – um tipo de moeda digital exclusiva da empresa de Sam, a FTX. Esta notícia gerou um alarme para todos os investidores, inclusive para a Binance, que tinha US$ 2 bilhões investidos na moeda.

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Em 06 de novembro, quando o CEO da Binance soltou um tweet falando que devido às recentes revelações sobre a FTT, havia decidido liquidar 100% da sua posição na criptomoeda, o preço despencou. O mercado perdeu a confiança no token e na FTX, e no mesmo dia, milhares de clientes quiseram tirar seu patrimônio da companhia. A princípio, mais de US$ 500 milhões foram sacados após o anúncio. Posteriormente, esse valor chegou a US$ 5 bilhões.

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Sam Bankman-Fried Imagem: Wikimedia Commons

Um dia depois, Sam Bankman-Fried postou no Twitter que a empresa estava sendo comprada pela Binance. Mas em menos de 24 horas, a Binance voltou atrás. Bastaram 5 dias para a FTX declarar falência.

Em paralelo, o dinheiro de clientes da corretora foi transferido para a conta de um hacker no sábado, 12 de novembro. Na data, a FTX orientou que todos os usuários desinstalassem o app ou usassem apenas o site, porque a plataforma móvel poderia estar comprometida. Vários investidores alegaram que seus saldos foram zerados após o ataque. Apesar de apontar uma falha de segurança como razão para o sumiço do dinheiro, há especulações de que pessoas próximas ao CEO da FTX tenham sacado grandes quantias da corretora. Um exemplo foi uma carteira com US$ 400 milhões roubada e que teve seus ativos convertidos em criptos não sancionadas pelo governo.

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Durante seus tempos de glória, a FTX atraiu enormes investimentos de algumas das empresas de capital de risco mais bem financiadas do mundo. Em julho de 2021, a empresa levantou US$ 900 milhões de mais de 60 investidores, incluindo empresas de criptomoedas como Coinbase Ventures, Sequoia Capital e Paradigm. Muitos desses investidores também dobraram o patrimônio da FTX durante sua última rodada de financiamento, em janeiro de 2022, que avaliou a empresa em US$ 32 bilhões.

Celebridades impactadas

Grandes personalidades foram afetadas por terem feito propaganda da FTX no momento de seu ápice como Gisele Bundchen, Tom Brady e Larry David, por um comercial milionário e muito bem produzido que foi ao ar no último Superbowl. Os três estão sendo processados nos Estados Unidos por terem endossado a plataforma. Outro impacto é da “Arena FTX”, em Miami, um estádio que a corretora comprou, mas que já foi desmontado e em breve terá um novo nome.

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Para finalizar, o CEO da Binance fez um alerta importante no Twitter: “a menos que você seja muito experiente, muito maduro, muito confiante e possa lidar com o risco, eu recomendaria que a maioria das pessoas apenas esperasse por esse período de tempo passar”, escreveu.

* Luciano Mathias, CCO da TRIO

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