Um novo estudo publicado na Nature apontou que a atmosfera primitiva de Marte não era tão rica em oxigênio como muitos astrônomos estavam esperando. Em vez disso, havia grandes quantidades de óxido de manganês, capaz de se formar simplesmente pela presença de elementos halogênios, como cloro e bromo, elementos abundantes em Marte. Porém, mesmo em condições mais restritas, ainda assim seria possível haver vida no planeta.

O geoquímico planetário da Universidade Stony Brook, em Nova York, Kaushik Mitra, responsável por liderar esse estudo, declarou que uma reação de oxidação, não necessariamente envolve a atuação do oxigênio. A presença de óxido de manganês, encontrado nas rochas capturadas pela sonda Curiosity, que levantou ainda mais suspeitas sobre a presença de oxigênio em Marte, ficou sem explicação.

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O experimento promovido por Kaushik e seus colaboradores foi feito baseado no efeito de cloração da água potável. Os pesquisadores decidiram testar se o mesmo efeito de oxidação poderia acontecer em um ambiente rico em halogênio como é o caso de Marte.

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O processo realizado pelos pesquisadores foi um sucesso. E a taxa de oxidação obtida foi impressionante. De acordo com os cientistas, esse fato só ocorreu porque cientistas, era que na água havia clorato e bromato, formas dos halogênios cloro e bromo que são comuns em Marte. As amostras que continham altas concentrações de dióxido de carbono, proibiam a formação de óxidos de manganês na presença apenas de oxigênio.

Esta descoberta é um grande passo para desvendar as características passadas de Marte. Outro ponto curioso é que, em contrapartida, os cientistas também acreditam que a atmosfera primitiva do planeta vermelho era rica em dióxido de carbono. Porém, o experimento mostrou que essa molécula bloqueia a formação de óxidos de manganês. Logo, esse é mais um ponto sobre o qual os cientistas vão se debruçar.

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Quantidade de oxigênio em Marte não impede a vida no planeta

“A ligação entre os óxidos de manganês e o oxigênio sofre de uma série de problemas geoquímicos fundamentais”, disse Jeffrey Catalano, geoquímico da Universidade de Washington, e autor correspondente do estudo, em um comunicado.

Apesar da baixa concentração de oxigênio, os cientistas enfatizaram que o planeta ainda poderia ter sido repleto de formas de vida microscópicas no passado. “Existem várias formas de vida, mesmo na Terra, que não requerem oxigênio para sobreviver”, disse Mitra. “Eu não penso nisso como um ‘retrocesso’ para a habitabilidade – apenas que provavelmente não havia formas de vida à base de oxigênio”, concluiu o pesquisador.

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