2022 está chegando ao fim e esse definitivamente foi um ano histórico para a astronomia. Como se já não bastasse a revelação das primeiras fotos do Telescópio James Webb, e o sucesso da missão Dart, o ano ainda foi agraciado com o lançamento da Artemis 1, o ousado plano da NASA para colocar humanos novamente na Lua.

O Olhar Digital está fazendo uma retrospectiva com os principais eventos astronômicos de 2022, e esse lançamento histórico não podia ficar de fora. A Artemis 1 sofreu vários adiamentos e quando finalmente ganhou uma data, inicialmente em agosto de 2022, vários fatores colocaram diversos adiamentos que quase comprometeram o lançamento este ano.

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Eu disse quase porque finalmente na madrugada do dia 16 de novembro a Artemis 1 ganhou os céus e começou seus primeiros passos rumo ao retorno do homem à Lua. Com o sucesso da missão, a NASA já começa a preparar sua sucessora, a Artemis 2, dessa vez com tripulação.

Cápsula Orion (Imagem: muratart – Shutterstock)

O lançamento difícil da Artemis 1

Após mais de dez anos desde que começou a ser desenvolvido, o Space Launch System (SLS), da NASA, foi lançado rumo à Lua. Formado pelo propulsor de mesmo nome e a cápsula de tripulação Orion, o megacomplexo veicular de 98 m de altura decolou da plataforma LC-39B, do Centro Espacial Kennedy, na Flórida, às 3h47 (pelo horário de Brasília), dando início à tão aguardada missão Artemis 1.

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Depois disso ela partiu em direção à Lua. Em seu terceiro dia de missão, no dia 18, ela liberou as primeiras imagens da Lua. A espaçonave estava a 350 quilômetros da Terra, e 150 quilômetros da Lua. Na manhã do dia 21 a missão Artêmis 1 fez seu sobrevoo mais próximo do satélite a 100 quilômetros de distância. O momento foi transmitido pela NASA e rendeu muitas imagens da Terra vista da Lua. 

Alguns dias depois ela voltou para o ponto mais próximo da Lua, onde usou a força gravitacional do satélite para voltar à Terra. No dia 5 de dezembro, a Orion realizou uma queima de motores de 207 segundos, a maior de toda missão Artêmis 1, para realizar a manobra de retorno ao planeta. No mesmo dia ela registrou todos os 6 pontos da Lua visitados por humanos. 

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A cápsula Orion vai usar a influência gravitacional da Lua para se impulsionar mais fundo no espaço. Imagem: NASA/Tumblr

O principal objetivo desse voo não tripulado foi testar tecnologias essenciais para todas as outras missões do Programa Artemis, como o foguete e a cápsula em si, além dos sistemas de comunicação e de suporte de vida. Estavam a bordo da espaçonave três manequins humanoides (dois femininos e um masculino) para verificar os efeitos que a exposição excessiva à radiação pode gerar no organismo humano em uma missão lunar de longa duração.

NASA considera a Lua um trampolim para o espaço profundo

Seguindo essa missão, o próximo grande teste da nave Orion será o voo Artemis 2, que representará a primeira vez que a cápsula voará com tripulantes a bordo. Na ocasião, será percorrido o mesmo trajeto do voo não tripulado.

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Mais tarde, com a missão Artemis 3, que está prevista para 2025 ou 2026, a cápsula finalmente pousará no polo sul da Lua, levando a primeira mulher e a primeira pessoa preta da história a pisar em solo lunar, mais de meio século depois da última vez que estivemos por lá, por meio das missões Apollo. 

O Olhar Digital já abordou as diferenças entre os dois programas (você pode conferir aqui), e a principal delas é que, desta vez, o objetivo é consolidar uma “segunda morada” para a espécie humana, com uma base fixa de exploração do espaço profundo. 

Isso significa estabelecer uma presença humana sustentável na Lua e ao redor dela, desenvolvendo a infraestrutura que nos permitirá avançar ainda mais no Sistema Solar. Se tudo correr como o planejado, essa instalação que se pretende assentar em solo lunar fará da Lua um verdadeiro trampolim para outros ambientes celestes, tendo Marte como primeiro alvo.

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