Parece que a NASA está disposta a investir em conceitos ousados em sua intenção de avançar cada vez mais na exploração espacial. Projetos audaciosos têm sido financiados pela agência – como um que propõe o desenvolvimento de um hidroavião capaz de atravessar a nebulosa atmosfera de Titã, a maior lua de Saturno, e navegar por seus oceanos.

O hidroavião TitanAir, um dos projetos financiados pela NASA para estudo inicial, conseguiria atravessar a nebulosa atmosfera de Titã, a maior lua de Saturno, e mergulhar em seus oceanos. Imagem: Whitelion61 – Shutterstock

De acordo com o site Engadget, a agência está distribuindo US$175 mil (aproximadamente R$910 mil) em subsídios para estudo inicial a 14 projetos que poderiam ser úteis para missões dentro e fora do Sistema Solar. 

O destaque fica para o TitanAir, um hidroavião proposto por Quinn Morley, investigador principal da empresa de tecnologia espacial Planet Enterprises, que poderia voar através da nebulosa atmosfera de nitrogênio e metano da maior lua de Saturno, Titã, e mergulhar em seus oceanos coletando metano e material orgânico complexo para estudo, sugando-o através de uma borda porosa.

Por sua vez, um projeto de Artur Davoyan, da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), propõe uma forma de acelerar as missões para a borda externa do Sistema Solar e até mesmo para o espaço interestelar. 

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Demonstração gráfica do projeto de Artur Davoyan, que consiste em uma ideia para acelerar as viagens espaciais. Imagem: Artur Davoyan

Segundo o cientista, seu projeto consiste em uma espaçonave impulsionada por um “feixe de partículas microscópicas” viajando a uma velocidade muito alta (mais de 120 km por segundo) usando explosões de laser. 

O conceito poderia encurtar drasticamente o tempo que leva para explorar o espaço profundo. Onde a nave Voyager 1 levou 35 anos para chegar no espaço interestelar (a heliopausa, a cerca de 18 bilhões de km do Sol), uma espaçonave de uma tonelada levaria apenas três. Davoyan diz que ela poderia viajar 75 bilhões de km em 15 anos!

Mary Knapp, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), propôs um observatório do espaço profundo que usaria um “enxame” de milhares de minúsculos satélites para detectar emissões de rádio de baixa frequência do universo primitivo e os campos magnéticos de exoplanetas semelhantes à Terra. 

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Blocos de construção de habitats autocrescentes fazem parte do projeto de Congrui Jin, da Universidade de Nebraska, que pensou em uma forma de economizar espaço em missões a Marte.

Por último, merece menção o cientista Peter Curreri, da startup Lunar Resources, que propõe o uso de oleodutos para transportar oxigênio entre as bases lunares.

É importante salientar que, mesmo recebendo esse incentivo para estudo inicial, nenhum desses ou dos demais projetos financiados têm a garantia de ser testados em missões reais.

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