Conforme noticiado pelo Olhar Digital, um grave vazamento foi identificado na cápsula Soyuz MS-22, da Rússia, há cerca de um mês. Acontece que essa mesma espaçonave, atualmente acoplada na Estação Espacial Internacional (ISS), seria usada para trazer de volta à Terra os tripulantes que ela levou até lá.

A cápsula Soyuz MS-22, acoplada à Estação Espacial Internacional, fotografada antes do vazamento ocorrido em dezembro de 2022. Imagem: Roscosmos

Autoridades russas haviam anunciado que a “decisão final” sobre isso seria revelada nas primeiras semanas de janeiro. Cumprindo o prometido, a forma como os cosmonautas Sergey Prokopyev e Dmitri Petelin, além do astronauta Frank Rubio, da NASA, vão voltar para casa foi divulgada nesta quarta-feira (11).

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De acordo com a agência de notícias AFP, a agência espacial russa Roscosmos vai enviar uma nova espaçonave Soyuz (por meio de uma missão batizada de MS-23) para buscar os tripulantes da missão MS-22. 

Frank Rubio, astronauta da NASA, e seus companheiros russos da missão Soyuz MS-22 Sergey Prokopyev e Dmitri Petelin. Imagem: Roscosmos

Isso está programado para acontecer no dia 20 de fevereiro, uma segunda-feira, conforme informado pelo chefe da agência, Yuri Borisov. Ele enfatizou que a Roscosmos discutiu a decisão com a NASA, que concordou com o plano.

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A agência espacial norte-americana chegou a consultar a SpaceX sobre a possibilidade de a empresa de Elon Musk ajudar no resgate da tripulação. Nesse caso, os membros da missão MS-22 retornariam à Terra em uma espaçonave Crew Dragon de backup ou, em vez disso, seriam adicionados mais assentos à cápsula Endurance, que já está ancorada na ISS e que vai trazer para casa os tripulantes da missão Crew-5 em fevereiro.

Nada disso se fará necessário, por fim. Essa responsabilidade ficará a cargo da cápsula Soyuz MS-23, que será lançada como nave de carga, levando alguns suprimentos para a estação, e voltará para a Terra com Prokopyev, Petelin e Rubio a bordo. 

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Originalmente, a missão MS-23 estava programada para ser lançada em março, transportando dois cosmonautas russos e um astronauta dos EUA em órbita.

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Borisov disse que as autoridades espaciais russas analisaram a opção de lançar a nova Soyuz com um tripulante, mas decidiram não fazê-lo porque exigiria preparativos mais longos. 

Nave da Rússia foi atingida por micrometeoroide

Em caso de ocorrência de qualquer situação de emergência no laboratório orbital que exija a evacuação de toda a tripulação antes da chegada da nova cápsula, Borisov disse que as autoridades espaciais vão verificar se a Soyuz MS-22 poderia ser usada com segurança para esse propósito.

O chefe da agência espacial russa também revelou que as investigações sobre o vazamento na cápsula MS-22 apontam que ele foi causado pelo impacto de um micrometeoroide. E completou que a espaçonave danificada eventualmente será enviada de volta à Terra sem uma tripulação.

Segundo a Roscosmos e a NASA, o incidente não representou nenhum perigo para a tripulação da estação. Junto com Prokopyev, Petelin e Rubio, quatro outros astronautas estão atualmente no posto avançado espacial: Nicole Mann e Josh Cassada (NASA), Koichi Wakata (Agência de Exploração Aeroespacial do Japão – JAXA) e Anna Kikina (Roscosmos).

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