Câmara de magma é descoberta sob vulcão em Santorini

O ultima vez em que vulcão a qual a câmara de magma faz parte, entrou em erupção foi em 1650 e acarretou na destruição de Santorini
Por Mateus Dias, editado por Lucas Soares 17/01/2023 15h04, atualizada em 18/01/2023 09h07
Cratera vulcânica do Kolumbo (Crédito: SANTORY)
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Uma câmara de magma subaquático foi descoberta em Santorini, uma ilha da Grécia. O local faz parte do vulcão subaquático Kolumbo, responsável por uma erupção mortal que aconteceu a quase 400 anos atrás. A explosão destruiu a ilha e resultou na morte de pelo menos 70 pessoas.

O vulcão está localizado a cerca de 7 quilômetros da costa de Santorini e a 500 metros abaixo da superfície do oceano. O estudo publicado na revista Geochemistry, Geophysics, Geosystems revelou uma câmara de magma localizada sob o vulcão e que pode resultar em outra destruidora erupção.

Monitoração de vulcões submarinos 

Os vulcões submarinos são monitorados da mesma forma que os vulcões terrestres, no entanto a deles é mais complicada. A instalação de sismómetros submarinos é mais difícil, o que faz com que o monitoramento desse tipo de vulcão seja menor.

Para estudar o Kolumbo, os pesquisadores desenvolveram uma técnica chamada inversão de forma de onda completa. Ela consiste em usar ondas sísmicas artificiais para mapear e formar imagens em alta resolução do vulcão. 

A inversão de forma de onda completa é como uma ultrassom medica. “Ele usa ondas sonoras para construir uma imagem da estrutura subterrânea de um vulcão.” aponta o vulcanologista e coautor do estudo, em comunicado. A técnica é capaz de mostrar até quão rígida ou macia é a rocha.  

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Descoberta da câmara de magma

As ondas sísmicas viajam em diferentes velocidades, variando de acordo com a rigidez da rocha a qual ela atravessa. No caso da onda sísmica P, ela viaja mais lentamente no magma, do que na rocha endurecida.

No Kolumbo, uma onda sísmica foi produzida no solo através de uma pistola de ar. As medições da velocidade mostraram que durante certo tempo, as ondas viajaram a velocidades mais lentas, o que indicou a presença de magma.

A partir dos dados, os pesquisadores calcularam que a câmara de magma cresce cerca de 4 milhões de metros cúbicos anualmente desde 1650, a última vez que entrou erupção. Atualmente a câmera contém cerca de 1,4 quilômetros cúbicos de magma.

De acordo com o geofísico e um dos autores do estudo, Kajetan Chrapkiewicz, em resposta ao Live Science o volume de magma na câmara pode chegar até 2 quilômetros cúbicos nos próximos 150 anos. A mesma quantidade de magma ejetada pelo Kolumbo em 1650.

Segundo os pesquisadores, monitorar vulcões submarinos é essencial para evitar possíveis erupções. “Sistemas de monitoramento contínuo nos permitiriam ter uma estimativa melhor de quando uma erupção pode ocorrer. Com esses sistemas, provavelmente saberíamos sobre uma erupção alguns dias antes de acontecer, e as pessoas poderiam evacuar e ficar seguras.” aponta Chrapkiewicz.

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Redator(a)

Mateus Dias é estudante de jornalismo pela Universidade de São Paulo. Atualmente é redator de Ciência e Espaço do Olhar Digital

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.