Um monólito encontrado em 1868 contém inscrições no idioma moabita, sendo a maior fonte da língua até hoje, e recebe o nome de Estela de Mesa ou Pedra Moabita. Ele data de 840 AEC e foi achado no território que atualmente faz parte da Jordânia. Agora, pesquisadores descobriram que a pedra pode conter registros sobre o Rei Davi citado na Bíblia.

Quando encontrado, o monólito estava em fragmentos a cerca de 24 quilômetros de distância do Mar Morto. Atualmente a peça pertence ao acervo do Museu do Louvre, em Paris, na França, e foi danificada em 1869. No entanto, uma versão impressa havia sido feita antes dos danos.

publicidade

As inscrições na pedra falam sobre o rei Mesa, de Moabe e sua guerra contra Israel. A história também pode ser encontrada no segundo livro dos Reis na Bíblia. Os registros bem semelhantes falam sobre a vitória do povo Moabe sobre o Reino de Israel e Judá.

Apesar de ser impreciso, os pesquisadores acreditam que o texto escrito no monólito faz referências ao Rei Davi e ao Deus israelita. Na pedra, podem ser encontradas alusões como “Casa de Davi” e ao “Altar de Davi”.

publicidade

Leia mais:

Novos estudos sobre o monólito

Até então não era claro se o extenso texto encontrado no monólito realmente estava sendo traduzido adequadamente e se fazia referência ao Rei Davi, devido a partes que não estavam tão claras no texto.

publicidade

 No entanto, um estudo publicado no final de 2022 na revista Biblical Archaeology Review pelos pesquisadores André Lemaire e Jean-Philippe Delorme estudaram o texto novamente e confirmaram as evidências. 

Para a pesquisa eles usaram fotografias realizadas pela equipe do Projeto de Pesquisa Semítica Ocidental da Universidade do Sul da Califórnia. As imagens foram feitas com um método chamado Reflectance Transformation Imaging (RTI). O resultado são fotos retiradas do monólito em diferentes ângulos que formaram uma renderização digital 3D da pedra.

publicidade

Esse método é especialmente valioso porque a renderização digital permite que os pesquisadores controlem a iluminação de um artefato inscrito, de modo que incisões ocultas, fracas ou desgastadas se tornem visíveis

André Lemaire e Jean-Philippe Delorme no artigo

Em 2018, fotos em altíssima resolução feitas pelo Museu do Louvre também foram úteis para os pesquisadores decifrarem o que estava escrito no monólito.

Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!