Raro cometa verde próximo à Terra teria ganhado uma “anticauda”?

Diversos astrofotógrafos ao redor do mundo registraram imagens do cometa C/2022 E3 (ZTF) com sua anticauda nos últimos dias
Flavia Correia27/01/2023 15h52, atualizada em 27/01/2023 16h58
cometa c 2022 e3 ztf
Visibilidade do Cometa C/2022 E3 (ZTF) (Crédito: Alessandro Carrozzi)
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Conforme noticiado pelo Olhar Digital, um grande evento astronômico promete agitar os céus em fevereiro. O recém-descoberto cometa C/2022 E3 (ZTF) vai passar próximo à Terra de forma tão brilhante que poderá ser visto a olho nu. Segundo os astrônomos, a última vez que ele cruzou a nossa órbita, o mundo era habitado pelos neandertais, há 50 mil anos.

https://www.instagram.com/p/CntkYKCNfzM/
Imagem capturada pelo astrofotógrafo dinamarquês Ruslan Merzlyakov

Algo estranho foi percebido esta semana no raro cometa: o surgimento de uma estranha cauda seguindo na direção errada, aparentemente quebrando as leis da física.

Chamado de “cometa verde” graças a uma reação química que emite um brilho esverdeado em torno da bala de canhão cósmica, o corpo celeste foi visto pela primeira vez em março de 2022, vindo em direção à Terra a partir da Nuvem de Oort, uma coleção de objetos gelados no Sistema Solar externo.

Normalmente, cometas como esse têm duas caudas: uma feita de poeira, que é soprada pelo vento solar, e uma feita do gás sublimado de dentro do cometa. Ocorre que, no último sábado (21), uma terceira (e invertida) cauda foi registrada por vários astrofotógrafos ao redor do mundo.

https://twitter.com/brennanmgilmore/status/1618009333970927620
Imagens feitas pelo astrofotógrafo norte-americano Brennan Gilmore

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De acordo com a plataforma de clima espacial Spaceweather.com, na verdade, trata-se de uma ilusão de ótica causada pela Terra se movendo através do plano orbital do cometa.

As caudas gêmeas de um cometa são, muitas vezes, claramente visíveis – a cauda de poeira reflete a luz solar, enquanto o gás dentro da outra cauda se torna ionizado, dando-lhe um brilho fraco.

O gás liberado eventualmente esfria e se torna invisível, mas a poeira restante é deixada à deriva na sequência da trajetória do objeto em torno do Sol – seu plano orbital. Quando a Terra atravessa o plano orbital de um cometa, parte dessa poeira é “reiluminada” pelo Sol e surge como uma faixa brilhante, que pode parecer disparar para fora do cometa na direção oposta às suas outras caudas, dependendo da trajetória e orientação do corpo.

Outros casos notáveis de cometas que foram observados com uma anticauda incluem o Kohoutek, em 1973, o Hale-Bopp, em 1997, e o C/2011 L4 (PanSTARRS), em 2013.

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Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.