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Em abril de 2022, o Banco Pan confirmou um vazamento de dados que afetou cerca de 64 mil clientes da instituição. Segundo o BTG Pactual, responsável pela instituição financeira, o vazamento foi detectado em 15 de abril através de uma fragilidade na plataforma de fornecimento de tecnologia pela Central de Atendimento.
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Esse vazamento fez com que diversas informações de clientes ficassem expostas como nome completo, data de nascimento, CPF, endereço, e também informações financeiras como limites de cartões e saldo devedor de faturas.
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Conforme a nota publicada pelo banco na época, a investigação interna revelou que não houve “comprometimento de conta-corrente, indisponibilidade de sistema, ou invasão à infraestrutura”. O Pan ainda afirmou que não foram expostos números de cartões, senhas ou qualquer dado que possibilite risco de perda financeira aos clientes.
Já no final de abril, a Polícia Civil iniciou as investigações para encontrar os responsáveis pela invasão e vazamento de dados dos clientes do banco.
O Olhar Digital conversou com o delegado Vitor Franchini Luna e o investigador, Carlos Augusto Martins, da primeira delegacia de Divisão de Crimes Cibernéticos (DCCIBER), que contaram detalhes sobre a investigação que identificou os responsáveis pela invasão e vazamento de dados do Banco Pan.
O início da investigação
“Nós recebemos uma queixa do banco informando que os diretores do banco haviam sido contatados por uma pessoa desconhecida que alegava ter sido o responsável pela invasão nos sistemas do banco e que tinha conseguido baixar uma grande quantidade de dados”, conta Carlos.
Após receberem a denúncia em uma sexta-feira, o departamento passou o final de semana debruçado sobre o caso e conseguiu definir os primeiros passos da investigação que deu início a primeira operação na cidade de São João Del Rei em Minas Gerais. Na época, o suspeito pela invasão foi detido pela polícia e foram apreendidos HDs e celulares que estavam com ele.
Alguns dias após a primeira operação, os investigadores descobriram que haviam pessoas vendendo a base de dados vazada do banco em canais do Telegram. Carlos detalha que no grupo “Brazilian Data-base” usuários estavam divulgando a venda dos dados do banco junto de outras bases roubadas. Ele explica que começaram a monitorar as informações postadas e os negócios feitos naquele grupo.
“A gente foi coletando informações tanto de quem comprava e quanto de quem estava vendendo, pois muitas vezes as negociações eram feitas abertamente com o vendedor colocando a conta que ele queria receber o dinheiro.”
Ao identificar a conta que estava colocando os dados a venda, as autoridades descobriram que era uma conta falsa, aberta de forma fraudulenta para receber valores recebidos ilegalmente. Com essa informação, os policiais solicitaram quebras de sigilo telemático e sigilo bancário.
Em agosto de 2022, os policiais deram início a operação Sentinela, expedindo mandados de busca e apreensão em Avaré, onde estavam localizados os suspeitos por vender a base de dados, e na cidade de Araçatuba, onde alguém teria comprado os dados vazados.
Em Avaré foram localizados computadores que continham a base de dados do banco e outras 12 bases de outras empresas que eram vendidas por esse cibercriminoso.


“Ele foi preso em flagrante pela receptação qualificada, ou seja, com objetivo de comercializar o material que era vendido por cerca de R$ 3 mil”, conta o investigador. “Nós identificamos que ele era um dos três nicknames (apelidos) que estavam comercializando no grupo de Telegram.”
O homem detido se assumiu como responsável pela venda dos materiais, mas disse que não foi ele quem realizou a captação da base, mas seu parceiro que conheceu na internet. Através da análise dos materiais apreendidos, a polícia identificou que esse parceiro morava em João Pinheiro, no interior de Minas Gerais, dando início a parte dois da operação Sentinela.
A busca pelo hacker
Ao realizar o mandado de prisão contra esse segundo vendedor, a polícia não encontrou os dados do banco – afinal ele teve tempo para se livrar das provas – mas foram encontradas outras bases comercializadas por ele. O homem detido também assumiu que estava comercializando os dados do PAN, mas dessa vez revelou quem era o hacker responsável pela invasão.
Após a polícia realizar quebras de sigilo telemático, eles obtiveram a confirmação de que os pagamentos estavam sendo direcionados para o hacker indicado por esse segundo vendedor.
Aprofundando nas investigações, as autoridades descobriram que o vendedor da base de dados em João Pinheiro – MG e o hacker, responsável por efetivamente roubar os dados, eram amigos e haviam inclusive trabalhado juntos na mesma empresa.
As autoridades também descobriram que os dois chegaram a brigar pela venda dos dados. “Ele [o vendedor] teve acesso à base, mas não era para vender. Ele fez contra a vontade do hacker, que tinha a intenção de extorquir o banco. Já o vendedor teve a ideia de lucrar no mercado paralelo”, explica o investigador.
Após a invasão aos sistemas e o pedido de extorsão ao Banco Pan, o hacker foi embora do Brasil, se mudou para a França. O delegado Vitor Franchini Luna, informa que foi realizado o pedido de prisão preventiva e colaboração com a Interpol.
“Baseado no relatório, a gente pediu a prisão preventiva desse hacker foragido. Em caso de indeferimento dessa prisão preventiva, pedimos para a Interpol ajudar na prisão desse hacker na Europa e colocar o nome dele na lista vermelha de procurados internacionalmente.”
Para Luna, esse caso deve servir de exemplo para que malfeitores do mundo virtual aprendam que “não é brincadeira invadir o banco de dados e vender essas coisas pela internet, pois isso dá prisão e a pessoa fica um bom tempo presa. Foi que aconteceu no caso desses cibercriminosos”.
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