Todos os carros elétricos vendidos oficialmente no Brasil vão passar por uma redução na ordem de 30% nos números de autonomia estimada pelas montadoras. A mudança foi anunciada recentemente por Adalberto Maluf, presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).

O alcance por carga do Kwid E-Tech, por exemplo, o veículo elétrico menos caro do país, vai cair de 298 km na cidade para 208 km. A alteração, no entanto, vem por uma boa causa.

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A ideia é entregar ao consumidor dados que condizem com os hábitos do motorista brasileiro, que ainda não está acostumado a guiar os carros elétricos pensando em economizar bateria.

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Imagem ilustrativa para recarga de carros elétricos
Imagem: Guteksk7/Shutterstock

“Muitos ainda não têm a noção exata de qual o melhor modo de acelerar e frear um carro elétrico”, disse Maluf em entrevista ao Use Elétrico. “Acabam por usar o veículo da mesma forma que um modelo a combustão e se frustram por obter uma autonomia muito distante daquela informada pelo fabricante”, acrescentou.

Números confusos

O alcance por carga é um tópico complicado, principalmente para quem não está por dentro do assunto e está interessado em comprar o seu primeiro EV. Os testes de aferição, por exemplo, mudam em outros países. O reusltado é um carro que pode entregar menos autonomia nos EUA e um número superior na Europa, por exemplo.

Normalmente, as montadoras escolhem os resultados mais positivos na divulgação de novos automóveis, adicionando mais uma “pitada” de confusão na escolha do consumidor.

Como funciona a aferição de alcance no Brasil?

Quem cuida dessa padronização por aqui é o Inmetro. A entidade usava até então os melhores cenários possíveis de condução. Agora, será justamente o oposto.

Algumas fabricantes ainda optam por usar os números de alcance no padrão americano (EPA) ou europeu (WLTP). É o caso do Volvo XC40 Recharge Plus, um dos mais afetados pela mudança. Enquanto sua autonomia é de 420 km no padrão europeu, o número corrigido no Brasil caiu para 231 km.

A iniciativa visa ainda combater essa confusão de dados no futuro, fazendo com que mais marcas sigam o padrão nacional. Maluf conclui que será comum nos próximos anos que o motorista consiga até ultrapassar a autonomia prevista pela fabricante “dependendo do modo de condução”.

Imagem principal: Southworks/Shutterstock

Com informações da Quatro Rodas e Use Elétrico

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