A jornalista Glória Maria morreu na manhã dessa quinta-feira (2), em decorrência de um câncer no cérebro. A profissional ficou conhecida por suas reportagens em mais de 100 países, coberturas marcantes e inovações na história da televisão brasileira. Mas, Glória Maria também acabou protagonizando momentos importantes em que algumas tecnologias chegaram pela primeira vez a lares brasileiros.

Em 1977, como repórter da Globo, foi responsável pela primeira transmissão de reportagem ao vivo e em cores para o Jornal Nacional. Na transmissão, a repórter informava sobre o trajeto de carros saindo do Rio de Janeiro em um final de semana.

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(Imagem: Rprodução/ Instagram)

Em entrevista ao Memória Globo, a jornalista lembrou da correria e improvisação antes de entrar ao vivo no telejornal. Na ocasião, Glória conta que a lâmpada queimou e precisou ficar de joelhos em frente ao farol da Veraneio, carro usado pela equipe de reportagem, para que conseguir iluminar seu rosto.

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“Eu estava dura, rígida, porque não podia errar. Era a primeira entrada ao vivo. Faltavam cinco, dez minutos, era o técnico que ficava com o fone para me dar o ‘vai’. Quando a lâmpada queimou, faltava um minuto para a entrada ao vivo. O jeito foi acender a luz da Veraneio

Glória Maria em entrevista ao Memória Globo.

Outro marco de Glória Maria para a história da TV brasileira aconteceu em 2007, quando ela participou da primeira transmissão em HD. No dia 2 de dezembro daquele ano, a jornalista apresentou uma reportagem para o Fantástico sobre a festa do Pequi na aldeia dos índios Kamaiurás no Alto Xingu. A peça ficou marcada como a primeira a ser captada em transmitida pelo novo padrão digital que oferecia muito mais qualidade às imagens.

Qual era a tecnologia que nascia?

A partir daquele momento, o Brasil começou, aos poucos, a se acostumar com um novo formato de vídeo, o 16:9 (mais horizontal, parecido com o formato das telas de cinema). Até então, os televisores (quase todos a base de tubos catódicos) exibiam imagens num formato mais horizontal, o 4:3. A resolução das imagens também ganhava um upgrade importante: começávamos a sair de algo perto dos 476i (o “i” se refere a interlaced, ou entrelaçados em português), para os atuais 1080i ou 1080p (o “p” se refere a progressive, ou progressivo português). O “i” e o “p” têm a ver com o modo como os quadros que formam as imagens se sucedem nas telas das TVs, smartphones ou computadores.

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