Nesta quarta-feira (22), é comemorado o Dia Mundial da Água, data proposta há 31 anos, durante a primeira Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada aqui no Brasil, no Rio de Janeiro – evento que ficou conhecido como ECO-92.

Dia 22 de março é o Dia Mundial da Água, uma iniciativa para conscientizar sobre a importância desse recurso primordial para a vida na Terra. Imagem: DOERS – Shutterstock

Oficialmente, isso foi estabelecido por meio da resolução A/RES/47/193 de 22 de fevereiro de 1993, que definiu legalmente o dia 22 de março como a data para celebrar e promover atividades de reflexão sobre o significado da água para a vida na Terra.

Desde então, todos os anos, nesta época, acontecem encontros para debater os diversos pontos relacionados a esse patrimônio natural de fundamental importância para o planeta. Esses encontros são pautados a cada ano por um tema diferente, que é definido pela ONU com base nos desafios atuais e futuros referentes à questão. 

Para 2023, o tema escolhido foi “Seja a Mudança que Você Quer Ver no Mundo”, inspirado na fábula do beija-flor que tenta fazer a sua parte para apagar um incêndio na floresta.

publicidade

A Fábula do Beija-Flor

“Era uma vez uma floresta, onde começou um incêndio. Todos os animais fugiram para salvar suas vidas. Eles ficaram à beira do fogo, olhando para as chamas com terror e tristeza.

Acima de suas cabeças, um beija-flor voava para frente e para trás em direção ao fogo, repetidamente. Os animais maiores perguntaram o que ele estava fazendo:

‘Estou voando para o lago para pegá-lo e usá-lo no combate a incêndios’.

Os animais riram dele e disseram:

‘Você é louco! Você não será capaz de apagar o fogo!’

E o beija-flor respondeu: ‘Estou fazendo o que posso’.

O beija-flor está ajudando a resolver o problema, gota a gota. Ele está sendo a mudança que quer ver no mundo.”

Imagem: ONU/Divulgação

Conferência das Nações Unidas sobre a Água 

Esta quarta-feira é o primeiro dia da Conferência das Nações Unidas sobre Água 2023, que está acontecendo em Nova York, nos EUA, e vai até sexta-feira (24). O evento é organizado em parceria pela Holanda e pelo Tajiquistão, países que convivem com desafios relacionados ao nível do mar com o aumento do aquecimento global e acesso à água potável, respectivamente.

Durante esses três dias, serão debatidas ações conjuntas para alcançar as metas convencionadas internacionalmente sobre o tema, incluindo as constantes na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

O objetivo principal da Conferência é o lançamento da Agenda de Ação pela Água, que reúne compromissos voluntários de todos os níveis: governos, instituições e comunidades.

Será discutida e analisada a crise hídrica mundial, problema que é há muito tempo ignorado, mesmo em face a milhões de pessoas que correm o risco de sofrer com a escassez ou, ao contrário, com o excesso do recurso considerado o “poder vida” do planeta.

Esta é a primeira vez em 46 anos que o mundo se une para tratar da questão da água. E é agora ou nunca, esta é a oportunidade

Henk Ovink, representante especial da Holanda, para a Folha de S. Paulo.

De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, a última conferência desse porte sobre um tema que não é coberto por nenhum tratado global e não é de competência de nenhuma agência especializada da ONU ocorreu em 1997, em Mar del Plata, na Argentina.

“Quebramos o ciclo da água”, lamenta Ovik. “Estamos extraindo muita água do solo, estamos contaminando a água restante. E agora há tanta água na atmosfera que está afetando nossas economias e nossa população devido à mudança climática”.

O resultado disso é água em excesso de um lado e escassez de outro, com inundações e secas crescendo significativamente em todo o mundo em consequência do aquecimento global causado pelas atividades humanas.

Leia mais:

Os dados são alarmantes: de acordo com a ONU, 2,3 bilhões de pessoas vivem em países com falta d’água. Em 2020, quase dois bilhões de pessoas não tinham acesso a água potável, cerca de 3,6 bilhões não tinham instalações sanitárias e 2,3 bilhões não conseguiam sequer lavar as mãos em casa – em um momento que esse hábito, mais do que nunca, se fazia necessário, com a Covid-19 começando a se espalhar pelo mundo.

Imagem: Vini Arts – Shutterstock

Seja um beija-flor e faça a sua parte!

Cada um de nós pode assumir o papel do beija-flor e fazer a nossa parte nessa luta. Conforme consta no artigo 4 da Declaração Universal dos Direitos da Água, o equilíbrio e o futuro de nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos.  

“Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam”.

Cinco dicas importantes:

1- Uso responsável: reduza o tempo no banho e mantenha fechadas as torneiras ao escovar os dentes ou cozinhar;

2- Reuso: a água utilizada para lavar a roupa pode ser reaproveitada para lavar o quintal, por exemplo, com o objetivo de evitar desperdícios;

3- Não lavar calçadas e carros com mangueiras: as mangueiras representam um gasto de 120 litros de água quando usadas para tal fim. Por isso, é recomendável substituir por uma vassoura (no caso das calçadas) ou, no máximo, um balde com água;

4- Checar vazamentos: infiltrações são um problema comum que, além do mofo e de todos os outros malefícios trazidos, ainda é um enorme desperdício de água. Caso identifique um vazamento, procure ajuda especializada. 

Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!