TOC: Estudo da USP avalia estimulação cerebral elétrica para tratamento de transtorno

A chamada Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua se mostrou promissora para os casos de TOC
Ronnie Mancuzo01/04/2023 17h00
Imagem de uma pessoa confusa para ilustrar o TOC
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A técnica de estimulação cerebral elétrica em pacientes com TOC (Transtorno Obsessivo-Compulsivo) foi analisada por pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). Esses trabalhos foram publicados na revista MDPI e apontaram para um quadro mais ameno de sintomas do TOC com poucos efeitos colaterais.

Ainda são necessárias pesquisas em campo. Porém, a chamada ETCC (Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua), que já é usada no tratamento da depressão, foi considerada promissora.

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Como objetivo, a ETCC busca modular a função cerebral agindo nos neurônios do paciente. Ela aumenta a estabilidade em determinadas regiões do cérebro e diminui em outras. Para isso, a técnica não invasiva utiliza eletrodos aplicados na cabeça do paciente para descarregar corrente elétrica de baixa intensidade (de 1 a 4 miliamperes).

Uma das expectativas com o uso da estimulação cerebral elétrica para pacientes com TOC é encontrar uma alternativa para outros tratamentos já utilizados. Inclusive para medicamentos da classe dos inibidores de recaptação de serotonina, como a fluoxetina.

Conforme explica a doutora Laís Boralli Razza, uma das autoras do estudo, há pacientes que não toleram efeitos colaterais de medicações ou pacientes que acabam encontrando dificuldades financeiras para fazer terapia comportamental. “Por isso, é necessário pensar na viabilização de novos tratamentos para pacientes de TOC”.

Melhora dos sintomas do TOC

A análise observou que, nos grupos de pacientes em que foi aplicada a técnica, houve melhora considerável dos sintomas do TOC. Entretanto, ao comparar o resultado com os grupos placebos dos estudos, a diferença não foi tão grande.

Por se tratar de um transtorno psiquiátrico ansioso, as expectativas das pessoas podem interferir nos resultados finais, segundo aponta a doutora Laís. E isso reforça a necessidade de estudos maiores, com mais pacientes, diluindo a distorção causada por este fator.

Via Jornal da USP

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Imagem: Ricky Esquivel/Pexels/CC

Ronnie Mancuzo
Redator(a)

Ronnie Mancuzo é analista de sistemas com especialização em cybercrime e cybersecurity | prevenção e investigação de crimes digitais. Faz parte do Olhar Digital desde 2020.