Há algum tempo, a IA já está entrando no mercado de trabalho. Wall Street está feliz, mas e os trabalhadores em geral?

A IA está tirando empregos?

É um momento de austeridade para as big techs – um grande dilema para as empresas que devem permanecer na vanguarda da inovação.

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E, dessa tensão entre investir no futuro e contar centavos com gastos hiper restritos, surgiu nova batalha do homem contra a máquina. A “corrida armamentista” da IA está acontecendo e está sendo financiada pelos dólares economizados com a demissão de funcionários.

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Segundo a Bloomberg, a sigla “IA” foi pronunciada mais de 200 vezes em teleconferências de Meta, Alphabet e Microsoft, que apresentaram seus resultados nesta semana.

É a única área em que os executivos prometem enfaticamente gastar muito dinheiro – em servidores e infraestrutura caros para executar a tecnologia e transformá-la em ferramentas para usuários, clientes e funcionários. Esses compromissos seguiram atualizações “ofegantes” sobre cortes de gastos, principalmente por meio da eliminação de mais de 40 mil empregos dessas três empresas nos últimos meses.

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“Continuamos comprometidos em oferecer crescimento de longo prazo e criar capacidade para investir em nossas áreas de crescimento mais atraentes, reestruturando nossa base de custos”, disse a diretora financeira da Alphabet, Ruth Porat, em entrevista nesta semana. Essa é a linguagem corporativa: estão tirando dinheiro de coisas que não acham que tornarão a empresa mais valiosa e rearranjando para coisas que o farão.

Para além da IA

A inteligência artificial não é a única coisa que ainda está atraindo dinheiro. A Alphabet também está aplacando os acionistas com bilhões de dólares em recompras.

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Seu novo programa de recompra de ações de US$ 70 bilhões empata com o do ano passado como o maior da história da empresa – e iguala o que a gigante das buscas gastou em P&D e investimentos de capital no ano passado.

Porém, um uso menos “convincente” do dinheiro da Alphabet são as 12 mil pessoas que a empresa demitiu em janeiro. Ou o espaço do escritório para abrigá-los, que foram desocupados em várias partes do globo.

A Meta propaga história semelhante. Segundo investidores, que impulsionaram as ações em 12% após a divulgação dos resultados da empresa de Mark Zuckerberg, o chamado Ano da Eficiência da empresa teve começo fantástico.

Como a Alphabet, a Meta cortou empregos. E, tamém como a dona do Google, oferece recompras generosas. A empresa anunciou plano de recompra de ações de US$ 40 bilhões em fevereiro, logo após os US$ 50 bilhões autorizados 16 meses antes.

Os executivos da Meta passaram grande parte da chamada com seus acionistas falando sobre como estão infundindo IA em todo o negócio. Grande parte dos gastos de capital da empresa vai para a infraestrutura do trabalho de inteligência artificial existente, como os algoritmos que recomendam conteúdo no Facebook e no Instagram, e a construção de sistemas para tecnologia de IA generativa.

Enquanto isso, está cortando suas expectativas de gastos, limitando-as a US$ 90 bilhões. Isso é US$ 11 bilhões a menos do que a estimativa da empresa antes de decidir eliminar 21 mil funcionários.

“É muito difícil economizar para chegar ao topo”, disse Sophie Lund-Yates, principal analista de ações da Hargreaves Lansdown, “deixando a Meta caminhando em linha muito tênue entre manter as luzes acesas e tornar o futuro brilhante o suficiente para entusiasmar os investidores”.

Portanto, devolver o dinheiro aos acionistas parece estar dando tempo e fôlego para essas empresas enquanto elas planejam o futuro.

Embora a Microsoft não tenha novo plano de recompra para oferecer, sua diretora financeira, Amy Hood, disse que está “comprometida em liderar a onda de plataformas de IA e fazer os investimentos para apoiá-la”.

Além de demitir dez mil funcionários neste ano, a Microsoft também prometeu manter as despesas operacionais sob controle.

É uma troca fascinante (talvez alarmante e assustadora também) para empresas de tecnologia que há muito são conhecidas por acumular talentos, nem que seja para manter as mentes tecnológicas mais inteligentes longe dos concorrentes. Mas com o caixa apertado, a mensagem é clara: a big tech acha que vale a pena gastar dinheiro nas máquinas – não tanto nas pessoas.

Portanto, embora um robô possa não estar assumindo suas responsabilidades laborais, a IA ainda pode assumir seu trabalho.

Via Bloomberg

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