Lançamento da SpaceX faz ambientalistas processarem governo dos EUA

Pelo menos cinco grupos de proteção ambiental estão processando a FAA por lançamento explosivo da SpaceX
Por Flavia Correia, editado por Bruno Capozzi 02/05/2023 11h01, atualizada em 02/05/2023 21h31
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Na segunda-feira (1º), grupos ambientalistas abriram um processo contra a Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) por causa do lançamento do megafoguete Starship feito pela SpaceX no mês passado.

O complexo veicular de 120 metros formado pelo propulsor Super Heavy e a espaçonave que dá nome ao conjunto subiu 35 quilômetros de altura antes de acionar o procedimento de autodestruição e explodir sobre o Golfo do México, em 20 de abril. 

Pouco antes da separação dos estágios, o foguete Starship acionou a autodestruição a 29 km do chão, quando estava caindo, devido a uma falha de pressurização ocorrida a 35 km de altitude. Crédito: SpaceX

Um advogado do Centro de Diversidade Biológica, um dos demandantes, disse que os grupos estão processando o órgão por não considerar totalmente os impactos ambientais dos lançamentos da Starship em Boca Chica, no sul do Texas. Eles solicitam ao tribunal que retire a licença de cinco anos que a FAA concedeu à SpaceX.

De acordo com a agência Associated Press, a FAA se recusou a falar sobre o assunto, alegando que não comenta litígios em andamento. A agência está supervisionando a investigação do acidente e ordenou que todas as Starships da SpaceX permaneçam em solo até que se tenha certeza de que a segurança pública não será comprometida.

No último fim de semana, o cofundador e CEO da SpaceX, Elon Musk, disse que a empresa poderia estar pronta para lançar a próxima Starship em seis a oito semanas com o aval da FAA.

Embora alguns danos tenham sido causados às instalações da empresa, como uma cratera que se abriu no momento da ignição dos 33 motores raptor na decolagem, nenhum ferido ou prejuízo significativo à propriedade pública foi relatado.

Na semana passada, o Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA informou que grandes pedaços de concreto, chapas de aço inoxidável, metal e outros objetos foram arremessados a milhares de metros da plataforma.

Também são autores da ação, apresentada no Tribunal Distrital dos EUA em Washington, a Conservação Americana de Aves, a Fundação Surfrider, a Save RGV e a Nação Carrizo/Comecrudo do Texas.

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“É vital que protejamos a vida na Terra, mesmo quando olhamos para as estrelas nesta era moderna de voos espaciais”, disse Jared Margolis, do Centro de Diversidade Biológica, em um comunicado. “As autoridades federais devem defender a vida selvagem vulnerável e as comunidades da linha de frente, não dar um passe para interesses corporativos que querem usar paisagens costeiras preciosas como um depósito de lixo espacial”.

Musk informou que estão sendo feitas mudanças na plataforma de lançamento para evitar o que chamou de “tempestade de poeira e tornado de rocha” no próximo lançamento. “Até onde sabemos, não houve nenhum dano significativo ao meio ambiente que estejamos cientes”, disse o bilionário, que prometeu fazer melhorias no foguete Starship antes do novo lançamento. 

Segundo ele, o sistema de autodestruição precisará ser modificado, para que o foguete exploda imediatamente – e não 40 segundos depois, como aconteceu da última vez.

As declarações de Musk foram feitas em um bate-papo no Twitter apenas para assinantes na noite de sábado (29).

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Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.