Embora a NASA e seus parceiros tenham se comprometido a manter a Estação Espacial Internacional (ISS) em operação até 2030, o fato é que ela está chegando ao fim. E já existem planos para estruturas sucessoras darem continuidade ao legado do laboratório orbital.

A China pode assumir um papel de liderança com a já avançada Tiangong, enquanto a Organização de Pesquisa Espacial da Índia (ISRO) planeja implantar sua própria estação espacial até 2025. Por sua vez, a NASA contratou três empresas aeroespaciais para projetar estações espaciais comerciais, como a Orbital Reef, da Blue Origin, a Estação Espacial Axiom e o Starlab, da Voyager.

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Agora, um gigante europeu acaba de anunciar que também está no jogo. Em um vídeo divulgado recentemente, a Airbus detalhou sua proposta para um módulo orbital multiuso (MPOP) chamado Airbus LOOP. 

Como se vê no vídeo, o segmento espacial modular contém três decks, uma centrífuga que simula gravidade e espaço suficiente para acomodar uma tripulação de quatro pessoas, o que o torna adequado para futuras estações espaciais e missões de longa duração a Marte. O módulo mede oito metros de diâmetro e aproximadamente o mesmo comprimento, fornecendo cerca de 100 metros cúbicos de volume. 

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De acordo com a Airbus, separar o interior em diferentes setores permite um “conceito de porto seguro interno”, o que significa que a tripulação pode se mover para o convés que oferece mais proteção em caso de uma erupção solar ou outros perigos.

Cada deck é acessível através de um túnel central cercado por uma estrutura de estufa que pode acomodar experimentos de plantas e fornecer um suprimento constante de verduras, leguminosas e outros vegetais suplementares (semelhante às estufas a bordo da ISS). 

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O módulo é projetado para uma tripulação de quatro pessoas, mas pode acomodar até oito astronautas por vez, temporariamente. A seleção do convés pode ser adaptada aos requisitos e objetivos individuais de cada missão.

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Simulação de gravidade

De acordo com a Airbus, o design de três setores atende a todas as necessidades básicas de estadias de longa duração no espaço e torna o LOOP compatível com todos os veículos de tripulação e carga, tanto aqueles atualmente em serviço quanto aqueles em desenvolvimento. Isso inclui a ISS, onde o LOOP seria integrado para fornecer volume adicional e até mesmo “terapia de gravidade”.

Ainda não há indicação de quanta gravidade a centrífuga será capaz de simular, mas alguns cálculos usando as plataformas SpinCalc e SpaceCalc forneceram algumas estimativas. 

Segundo ambos os aplicativos, a centrífuga precisaria ter uma velocidade angular de 3,86 m/s e atingir 9,2 rotações por minuto para simular a gravidade marciana – que é cerca de 38% da gravidade da Terra. É possível que ela possa ser girada para 2,55 m/s, fazendo seis rotações por minuto, para simular também a gravidade lunar (mais ou menos 16,5% da terrestre).

Isso seria especialmente útil durante as missões a Marte, pois ajudaria a mitigar os efeitos fisiológicos da microgravidade enquanto prepara a tripulação para o que experimentará na superfície. 

Mais informações se fazem necessárias, como nível de proteção contra radiação, materiais e estimativas de peso.

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