Reino Unido impede Microsoft e Activision de comprar ações uma da outra

A Autoridade de Concorrência do Reino Unido proibiu investimento mútuo entre Microsoft e Activision
Por William Schendes, editado por Bruno Capozzi 11/05/2023 16h49
Celular com logomarca da Activision na tela e, ao fundo, logomarca da Microsoft
(Imagem: Sergei Elagin/Shutterstock)
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A Autoridade de Concorrência do Reino Unido (CMA) emitiu uma ordem provisória que impede a Microsoft e A Activision de comprarem ações uma da outra.

A medida ocorre semanas depois que o CMA bloqueou a compra de mais de US$68 bilhões da Activision pela Microsoft.

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Ainda assim, reguladores antitruste da União Europeia (UE) devem aprovar a aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft na próxima semana, segundo informou a Reuters nesta quarta-feira (11).

Isso porque o Reino Unido não faz parte da UE. Dessa forma, a atuação, processos e decisões de ambas as frentes podem ser diferentes.

O que está acontecendo? 

  • O regulador antitruste do Reino Unido bloqueou, em abril, a compra da Activision pela Microsoft; 
  • Embora o regulador já tivesse concordado que a aquisição não impactaria a concorrência no que diz respeito à distribuição de jogos (como Call of Duty), ela viu risco no campo de jogos em nuvem; 
  • Na jurisdição da UE, a compra será liberada após a Microsoft concordar em licenciar acordos com rivais de streaming em nuvem;
  • A decisão oficial da Comissão Europeia era para ter saído no fim de abril.

Em seu mais recente acordo de licenciamento, a Microsoft fechou um contrato de 10 anos com a Nware para licenciar para a plataforma espanhola de jogos em nuvem títulos do Xbox e da Activision Blizzard. A big tech também assinou acordos semelhantes com a Nintendo, Nvidia, Ubitus, Valve e Boosteroid

Não há informações sobre as negociações com a Sony, a mais crítica da fusão. 

O Japão, Chile, Sérvia e África do Sul aprovaram a fusão entre as empresas, já o Brasil liberou a compra em outubro do ano passado. 

Contudo, a aquisição deve enfrentar escrutínio, ainda, nos EUA. Após o bloqueio pelo Reino Unido, a executiva-chefe da CMA, Sarah Cardell, explicou que as considerações que resultaram na decisão do bloqueio também são as mesmas da Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC, na sigla em inglês), com a análise não se restringindo apenas ao Reino Unido.

A declaração indicou que possivelmente o acordo também seja bloqueado pelo órgão antitruste americano.

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Jornalista em formação pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Mesmo com alguns assuntos negativos, gosta ficar atualizado e noticiar sobre diferentes temas da tecnologia.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.