Criaturas gigantes como o Godzilla, capazes de destruir prédios inteiros com uma única porrada estão presentes o tempo todo na ficção, mas será que na vida real, um animal realmente pode atingir esse tamanho? Quão grandes eles podem ser?

Pelo o que sabemos, a maior criatura que já andou por aqui foi o dinossauro Argentinosaurus (sim, nosso vizinho), que viveu no período Cretáceo na América do Sul. Esse gigante pesava 77 toneladas.

Esse peso é absurdo quando comparado com o maior animal terrestre existente atualmente, o elefante africano, com 7 toneladas, muito menos que nosso dinossauro hermano.

Ambos, no entanto, ficam no chinelo quando comparados com a Baleia Azul, considerado o maior animal que já existiu (e ainda existe), pesando 165 toneladas. Ou seja, os limites no mar são bem maiores que na Terra.

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Baleia azul (Imagem: Atomic Roderick/Shutterstock)

Qual o tamanho máximo um animal pode ter?

Para tentar responder essa pergunta, a Live Science conversou com o professor de paleontologia da Universidade da Califórnia, Geerat Vermeij. 

Nós olhamos para as baleias azuis e a questão é se poderíamos conseguir algo maior. Não tenho certeza se estaria disposto a dizer não a essa pergunta. O tamanho depende de muitos fatores, e eu tenho um ponto de vista relativista

Geerat Vermeij

Mas pelo menos é possível estabelecer um limite, pelas leis da física, de peso para um animal terrestre. Por volta de 120 toneladas de peso, começaria a ficar complicado para a criatura se sustentar na Terra. Basicamente as pernas precisariam ser tão grandes que dificilmente esse “godzilla” conseguiria andar de forma eficiente.

Animais grandes precisam de sustentação e comida

Com esse peso, os membros para sustentar a criatura seriam tão grandes que tornariam a vida dele quase inviável.  “Os maiores animais no registro fóssil têm pouco menos de 100 toneladas [90 toneladas métricas], o que apóia esse máximo teórico”, disse Felisa Smith, professora de paleoecologia na Universidade do Novo México à Live Science. 

Outro fator que precisa ser levado em conta, além da física, é a disponibilidade de recursos. Animais grandes precisam de mais alimento, o que pode ser um impeditivo para sua sobrevivência.

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Nesse sentido, os répteis possuem um metabolismo mais lento e precisam de cerca de 10 vezes menos alimento que mamíferos terrestres de um tamanho equivalente. Por conta disso, os dinossauros sobreviviam. “Não surpreendentemente, os maiores dinossauros em áreas terrestres eram cerca de 10 vezes maiores que os maiores mamíferos”, disse Smith.

Mas e as baleias azuis? Elas são mamíferos, mas são uma exceção, como flutuam na água, não sobrecarregam os ossos e a ingestão calórica e o tamanho proporcional dos membros pode ser menor. 

Para finalizar, os especialistas também acreditam que os seres humanos estão entre os fatores que limitam o tamanho dos animais, já que a exploração humana reduziu drasticamente os recursos da natureza. “Somos a espécie dominante, de longe, e nenhum animal vai crescer sob nossa hegemonia. As chances de conseguir algo tão grande quanto um dinossauro do Cretáceo novamente são improváveis”, concluiu Vermeij.

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