Um novo plano de busca por vida inteligente extraterrestre tem como foco o coração da Via Láctea. De acordo com um artigo publicado esta semana na revista científica The Astronomical Journal, ali é um potencial ponto de emissão de sinais repetitivos que podem representar tentativas de contato alienígena.

Segundo os autores do estudo, eles escolheram a região como alvo por ela abrigar uma quantidade significativa de estrelas, o que aumenta as chances de detecção de “palpitações” com certo padrão de frequência estreita – um comportamento comum das chamadas pulsares.

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Eles partem do princípio que, assim como nós utilizamos radares, compostos por antenas e eletricidade, enviando pulsos eletromagnéticos intermitentes para longas distâncias, civilizações alienígenas que, porventura, habitem exoplanetas na órbita dessas estrelas podem fazer o mesmo. Como esses pulsos se destacam contra o ruído de rádio de fundo do espaço, eles seriam uma maneira eficaz de comunicação na profundidade do cosmos. 

Como o centro da Via Láctea contém um número significativo de estrelas (entre elas, pulsares, como a da imagem), a região é um ponto de potencial emissão de sinais repetitivos que podem indicar contato alienígena. Crédito: NASA images – Shutterstock

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Para testar essa hipótese, a equipe liderada por Akshay Suresh, estudante de pós-graduação em astronomia na Universidade Cornell, em Nova York, desenvolveu um software baseado em um algoritmo Fast Folding, um método altamente qualificado para a detecção de eventos periódicos em dados temporais.

Então, usando dados captados pelo Green Bank Telescope na região alvo do estudo, os pesquisadores aplicaram o sistema em estrelas pulsares conhecidas, com o objetivo de verificar se ele poderia captar sinais de repetições estreitas.

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Estudo abre portas para buscas mais profundas por vida alienígena

“Usar larguras de banda estreitas e padrões repetidos seria uma maneira privilegiada para os alienígenas se revelarem, já que tal combinação é extremamente improvável de ocorrer naturalmente”, disse o coautor do estudo Steve Croft, cientista do Instituto SETI*, uma organização sem fins lucrativos dedicada à busca de vida inteligente no universo, em um comunicado.

“Nosso estudo lança luz sobre a notável eficiência energética de uma sequência de pulsos como meio de comunicação interestelar através de grandes distâncias”, disse o coautor Vishal Gajjar, também membro do Instituto SETI. “Notavelmente, este estudo marca o primeiro esforço abrangente para conduzir pesquisas aprofundadas por esses sinais”.

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Embora não tenham encontrado nenhum sinal revelador em sua primeira análise, os pesquisadores afirmam que a velocidade do algoritmo,  capaz de analisar 1,5 milhão de amostras em 30 minutos, ajudará a melhorar as investigações no futuro.

*SETI (sigla em inglês para Search for Extraterrestrial Intelligence, que significa Busca por Inteligência Extraterrestre)

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