O Apple Vision Pro, headset de realidade virtual e aumentada da Apple, é uma TV. Ele ainda nem saiu, mas isso parece bem estabelecido neste momento. Embora dê para usá-lo de outras maneiras, o que parece ter mais apelo no momento é colocá-lo no rosto e ter como se fosse um conjunto de TVs 4K HDR de mais de 100 polegadas – mas sem precisar encontrar espaço na parede da sua casa para isso.

Para quem tem pressa:

  • O Apple Vision Pro nem chegou ao público, mas já está sendo considerado como “a nova TV”;
  • Ao prender o novo headset da Apple no rosto, é como se você tivesse um conjunto de TVs 4K HDR de mais de 100 polegadas;
  • O aparelho realmente tem potencial para substituir as TVs, mas o caminho para isso não deve ser fácil nem rápido;
  • Na prática, o novo headset da Apple vai esbarrar em diversas limitações do seu formato (semelhante às limitações de um celular em comparação a uma TV);
  • Mesmo assim, é possível que muitos paguem seu preço – exorbitante até nos EUA – pela nova maneira de consumir conteúdo.

Isso porque a Apple conseguiu criar um aparelho de consumo de conteúdo que deve ter telas capazes de replicar a qualidade de uma televisão de ponta – por exemplo: a LG C2 OLED e a Samsung QN90B.

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Apple Vision Pro e TVs

Mulher sorrindo enquanto assiste algo no Apple Vision Pro
(Imagem: Divulgação/Apple)

O novo headset da Apple tem potencial para substituir as TVs. Mas provavelmente não será um caminho fácil nem tão rápido.

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Para começar, o Apple Vision Pro, assim como TVs 3D, ainda exige que você use óculos especiais e tem usabilidade limitada para pessoas com problemas de visão. Também como a TV 3D, o acessório enfrentará enormes desafios de conteúdo.

A Apple mostrou muitos exemplos de esportes emocionantes em sua demonstração cuidadosamente controlada. Porém, só jogos muito selecionados da NBA são oferecidos em 4K – e apenas na DirecTV. Ou seja, o cenário da demonstração ainda está longe de se concretizar.

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Por isso, é mais seguro considerar que, a princípio, o headset da Apple será um aparelho de consumo de conteúdo 2D em resolução “normal”. E, mesmo assim, levará alguns anos para Hollywood e o mundo dos esportes o alcançarem – mesmo que seja um grande sucesso e venda milhões em meses.

Dia a dia com o headset da Apple

Mulher assistindo série na sala usando Apple Vision Pro
(Imagem: Reprodução/Apple)

Em vez de uma TV em cada cômodo, você pode colocar o Apple Vision Pro e fazer com que o conteúdo o acompanhe em um cantinho da sua visão enquanto você cozinha e lava a roupa, por exemplo.

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Já em relação à experiência coletiva proporcionada pelas TVs – por exemplo, comentar sobre o CGI feio de algum blockbuster de super-herói – só vai chegar ao headset da Apple se os aplicativos de streaming oferecerem suporte a grupos de exibição.

Também pode ser possível jogar, a partir do seu console, nele. Mas seria uma operação complicada. Se fosse um PS5, por exemplo, isso rolaria por meio do Remote Play, mas exigiria uma rede de internet bem parruda. O mesmo vale para o Xbox e outros serviços de jogos em nuvem.

No entanto, existe a questão do preço, que vai pesar tanto nos EUA quanto no Brasil. Por lá, o headset da Apple começa em US$ 3.499 (aproximadamente R$ 17,5 mil, em conversão direta). Para você ter uma ideia, é o mesmo preço de aproximadamente seis TVs Samsung The Frame de 32 polegadas no país.

Alguns pagarão o preço pela experiência nova (talvez em 2025, quando o headset ficar menos caro). Outros ficarão na boa e velha tela plana – ou curvada – a alguns metros de distância. Resta saber até quando.

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