Hiroshima, Nagasaki e Chernobyl foram palco de três dos piores eventos nucleares do século 20. As duas primeiras no Japão, causadas por bombardeios atômicos, e a outra na Ucrânia, depois da explosão de uma usina. A reconstrução das cidades japonesas começou um ano depois, enquanto a ucraniana até hoje está cercada e apresenta altos níveis de radiação. 

No dia 6 de agosto de 1945, no final da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos lançaram a primeira bomba nuclear do mundo sobre Hiroshima, três dias depois, foi lançada a segunda em Nagasaki. Juntas elas mataram entre 129 a 226 mil pessoas e algum tempo depois continuaram causando consequências a população, como cânceres, mortalidade infantil e problemas no desenvolvimento das crianças.

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Quarenta anos depois, em abril de 1986, um dos reatores da Usina Nuclear de Chernobyl explodiu, contaminando grandes áreas da União Soviética que compreendem os atuais territórios da Ucrânia, Rússia e Bielorússia. Duas pessoas morreram na hora e outras 28 dentro de uma semana, além de cerca de 600 mil funcionários envolvidos na limpeza subsequente serem expostos a altos níveis de radiação.

Apesar do incidente em Chernobyl ter sido uma explosão muito menor, um nível de radiação muito maior continuou presente no local. Mas por que todas não são habitáveis atualmente?

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Explosão e fissão nuclear em Chernobyl e nas bobas atômicas

Bem, o princípio de liberação de energia tanto das bombas atômicas quanto das usinas é o mesmo. Um isótopo enriquecido tem seu núcleo bombardeado com nêutrons e acaba se dividindo em dois, num processo chamado fissão. Esse processo libera uma enorme quantidade de energia e ainda mais nêutrons, que irão dividir outros átomos e criar uma relação nuclear em cadeia.

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A diferença entre as bombas e a usina é a forma como isso acontece. Em uma arma nuclear a intenção é liberar a maior quantidade de energia o mais rápido possível. Quando é utilizado o isótopo de Urânio 235, um quilo do elemento é equivalente a 17 quilotons de TNT, na bomba jogada sobre Hiroshima foram usados 64 quilos, sendo apenas 80% dele composto do isótopo radioativo.

No reator nuclear, a liberação de energia precisa ser controlada. Hastes de controle são utilizadas para absorver os nêutrons adicionais e manter a fissão nuclear em uma intensidade baixa e que possa durar mais tempo. Para isso, é necessário uma maior quantidade de isótopos radioativos para abastecê-lo, no caso de Chernobyl, eram utilizadas 180 toneladas de combustível.

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Durante a produção de energia em usinas, diversos subprodutos radioativos são gerados, como o césio e o iodo, e eles ficam armazenados no reator até que possam ser recolhidos e devidamente descartados. No caso de Chernobyl, esse material se espalhou na atmosfera e no meio ambiente, por terem meia-vida longas ainda vão liberar radiação durante muito tempo.

Além disso, quando as bombas explodiram sobre Hiroshima e Nagasaki, elas foram detonadas a centenas de metros acima do nível do solo, o que maximizou o rendimento da explosão ao mesmo tempo que dispersou a radiação na nuvem que se formou. Em Chernobyl, o acidente aconteceu no chão, e acabou tornando a terra radioativa. 

É por causa disso que Chernobyl continua inóspita e Hiroshima e Nagasaki já voltaram a se tornar habitáveis há muito tempo.

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