As vendas de veículos novos no Brasil aumentaram 7,39% em junho de 2023 – em partes, graças ao programa “Carro Popular”, do governo federal. É o que mostram os resultados divulgados pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) nesta terça-feira (04).

Para quem tem pressa:

  • As vendas de veículos novos no Brasil aumentaram 7,39% em junho de 2023;
  • Em números absolutos, foram emplacadas 189.528 novas unidades no país;
  • As informações são de um levantamento da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores);
  • Esse é o primeiro resultado oficial do setor após o lançamento, pelo governo federal, do programa “Carro Popular”;
  • Apesar de reduzir os preços na ponta, a ação foi limitada para compensar a falta de escoamento de produção das montadoras.

Em números absolutos, foram emplacadas 189.528 novas unidades no país. Entram aí carros, comerciais leves, caminhões e ônibus. Já motos e implementos rodoviários ficam de fora.

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Esse é o primeiro resultado oficial do setor após o lançamento, pelo governo federal, do seu programa de barateamento de carros zero.

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Por meio dele, o governo liberou incentivos de R$ 1,8 bilhão para que montadoras dessem descontos em veículos novos.

Raio-x das compras de carros novos

Homem andando por concessionária com carros populares a venda
(Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

No primeiro semestre, foram 998.270 emplacamentos. Isso representa alta de 8,76% em relação ao mesmo período de 2022.

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Os automóveis tiveram alta de 11,41% em junho e puxaram os resultados, com 142.017 emplacamentos. No acumulado do ano, o crescimento foi de 7,37%, com total de 733.442 unidades.

Os comerciais leves tiveram queda de 3,09% no mês, com 37.672 emplacamentos. Mas o resultado do segmento ainda é expressivo em 2023, com alta de 19,51% entre este semestre e o mesmo período do ano anterior.

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No mês, caminhões (-2,17%) e ônibus (-5,45%) tiveram baixas. No entanto, os caminhões têm queda expressiva no semestre (-12,10%), enquanto os ônibus têm alta (45,83%).

Carro popular

Pátio com modelos de carro popular
Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) decidiu renovar, na semana passada, o programa do governo que barateia o carro zero.

Foram liberados mais R$ 300 milhões e aberta a permissão de compra para locadoras e outras pessoas jurídicas.

O desenho do programa agora tem a seguinte distribuição:

  • R$ 800 milhões para automóveis;
  • R$ 700 milhões para caminhões;
  • R$ 300 milhões para vans e ônibus.

Apesar de reduzir os preços na ponta, a ação foi limitada para compensar a falta de escoamento de produção das montadoras.

O programa tinha potencial de atingir até 120 mil carros novos de uma produção de mais de dois milhões neste ano, segundo estimativas da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). Os cálculos não foram refeitos desde a renovação do programa.

Acúmulo nos estoques

Concessionária cheia de carros para vender
(Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Recentemente, um vídeo transmitido pela TV Globo mostrou o pátio da montadora Volkswagen, em São Bernardo do Campo, com milhares de veículos à espera de serem vendidos.

O acúmulo de estoque fez a montadora promover mais uma parada de produção em suas fábricas por conta de uma “estagnação do mercado”.

Em outras palavras, a empresa continua sentindo a falta de demanda por veículos novos, que causou paralisações das principais montadoras do país no começo de 2023.

Com custo de produção em alta devido aos entraves logísticos e falta de matéria-prima durante os últimos anos, as empresas precisam recuperar o “dinheiro perdido”.

Pátio com muitos carros novos estacionados
(Imagem: Roosevelt Cassio/Reuters)

Ainda que as cadeias logísticas tenham melhorado em 2022, houve a guerra na Ucrânia que trouxe novos impactos em preços de commodities necessárias para a indústria.

Além disso, o mercado está em momento de alta competitividade, enquanto as montadoras correm contra o relógio para desenvolver veículos que funcionem com novas matrizes energéticas.

A eletrificação da linha demanda investimentos em pesquisa e eficiência, para que o produto final tenha preço competitivo dentro do mercado.

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