Césio-137: material radioativo foi roubado em Minas Gerais

Composto é o mesmo responsável pela tragédia em Goiás nos anos 1980
Lucas Soares05/07/2023 14h25
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Imagem: Aviso de radiação. O processo de fusão nuclear pode emitir radiação. Créditos: Alexandr/Pixabay
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Cápsulas seladas de Césio-137 estão desaparecidas desde o último dia 29 de junho em Minas Gerais. A Polícia Civil investiga um possível furto do material radioativo de propriedade da mineradora AMG Brasil, armazenado nas instalações da empresa em Nazareno, a cerca de 150 quilômetros de Belo Horizonte.

De acordo com a polícia, a empresa notificou o sumiço de duas fontes seladas de Césio-137. A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) também foi notificada e investiga o sumiço

As cápsulas eram usadas pela empresa como parte de um equipamento de medição de densidade de polpa.  “De acordo com as normas da CNEN, as fontes são classificadas como ‘Categoria 5, Baixo Risco”, disse a empresa.

Quando utilizadas em medidores de densidade de polpa, as fontes não representam riscos. Elas possuem uma atividade 275 mil vezes menor que a de alguns aparelhos de radioterapia

Comunicado da mineradora
Césio desaparecido (Imagem: CGMI/CNEN)

Césio-137 causou acidente nos anos 1980

As cápsulas estão revestidas de aço inoxidável e são blindadas com chumbo. O material, apesar de ser o mesmo, está em quantidade muito menor do que aquela que causou a tragédia em Goiás. Entretanto, a empresa reforça que o manuseio incorreto pode causar danos à saúde.

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O 137Cs, isótopo radioativo artificial do Césio, tem comportamento no ambiente semelhante ao do potássio e outros metais alcalinos, podendo ser concentrado em animais e plantas. 

Em entrevista ao Olhar Digital, Oliveira, que é graduado em Química pela Unesp e doutor em Química Inorgânica pela Universidade de São Paulo (USP), explicou que, por essa razão, é extremamente perigoso manipular elementos como esse. As consequências, segundo ele, dependem do tempo de exposição e da dose. 

“A recomendação principal é não manipular esse tipo de substâncias”, alerta o professor. “Se houver contato com a pele, lavar abundantemente com água e sabão. Se inalado ou ingerido, a situação é mais complicada. O primeiro problema é a pessoa reconhecer que ela lidou com substâncias radioativas”. 

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Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.