Nem a falta de alimentos, nem a chegada dos humanos. Uma pesquisa sugere que uma doença óssea que pode debilitar cães e gatos modernos pode ter sido preponderante para a extinção de temidos animais gigantes: o tigre dentes-de-sabre e o lobo-terrível.

Leia mais

publicidade

Efeitos climáticos

  • Em um artigo, publicado na revista PLoS One, pesquisadores apontaram que o derretimento das calotas de gelo e o aumento da temperatura do planeta, entre 50 mil e 10 mil anos atrás, causaram impactos diretos na saúde de alguns animais.
  • Estima-se que cerca de 100 mil espécies de animais gigantes simplesmente desapareceram durante este período de tempo.
  • No caso dos tigres dente-de-sabre e dos lobos-terríveis, uma doença grave começou a causar buracos nos ossos dos animais.

A OCD

  • A osteocondrite dissecante, ou OCD, afeta as articulações de cães de crescimento rápido, causando vários níveis de dor e claudicação, o comprometimento da capacidade de caminhar.
  • Embora seja menos comum entre os felinos, já foram relatados casos entre leopardos-das-neves.
  • Segundo Hugo Schmokel, cirurgião ortopédico veterinário e um dos autores do artigo, isso pode indicar que a OCD é subnotificada em animais selvagens.
  • Em 2022, ele descobriu vestígios da doença ao visitar o sítio de pesquisas paleontológicas La Brea Tar Pits, em Los Angeles, nos Estados Unidos.
  • Lá, o pesquisador verificou reentrâncias espalhadas pelas articulações dos joelhos e ombros desses carnívoros antigos.
  • Os paleontólogos já sabiam da existência desses problemas, mas “ninguém havia percebido que talvez fossem danos sofridos em vida, e não pós-morte”, afirmou Schmokel.

Resultados do estudo

  • No total, mais de mil ossos foram analisados.
  • O resultado foi que cerca de 6% dos ossos dos membros de tigres dentes-de-sabre adultos jovens e filhotes, especificamente as articulações dos joelhos, apresentavam reentrâncias medindo menos de sete milímetros.
  • E quase 3% dos lobos-terríveis adultos e filhotes também apresentavam defeitos no joelho medindo mais de 12 milímetros.
  • Pequenos defeitos nas articulações dos ombros foram mais comuns nos lobos, assim como em cães, totalizando 5%.
  • Isso significa que a prevalência da doença foi maior entre os antigos predadores gigantescos em relação aos animais e humanos modernos.
  • Apesar da descoberta, não é possível avaliar por que a OCD atingiu os animais e como isso afetou a qualidade de vida ou mobilidade deles.

Tigres dente-de-sabre

  • Também conhecido como Smilodon, eles surgiram há cerca de 3 milhões de anos.
  • Os animais habitaram continentes como a América do Sul e a América do Norte, e estavam no topo da cadeia alimentar.
  • O tamanho deles podia variar bastante, chegando a mais de 3 metros e pesando aproximadamente 900 quilos.
  • Exclusivamente carnívoro, o predador tinha dentes caninos superiores que chegavam a até 50 centímetros de comprimento.
  • Suas mandíbulas apresentavam uma articulação especial, permitindo uma abertura em ângulo de 95 graus.
  • Apesar do nome, o Smilodon não tinha nenhuma ligação com os tigres.
  • A extinção dos animais ocorreu há aproximadamente 10 mil anos.
Ilustração de 1911 mostra um tigre dente-de-sabre e um lobo-feroz lutando pela carcaça de um mamute (Imagem: ilustração/Robert Bruce Horsfall)

Lobos-terríveis

  • Também conhecidos como lobos pré-históricos, eles habitaram a América do Norte até cerca de 10 mil anos atrás.
  • Em média, pesavam cerca de 80 quilos e acredita-se que vivessem em alcateias e caçassem em grupo.
  • Os dentes do lobo-terrível eram maiores e mais fortes que os do lobo-cinzento, por exemplo, capazes de esmagar ossos.

Com informações de O Globo.

Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!